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E hoje, o universo leonino acorda com a noticia que:
Pavilhão João Rocha muda de construtor
Primeiro de uma forma reservada, numa noticia premium de um jornal, depois com transcrições de um comunicado do Clube noutros sites. Comunicado esse que à hora que escrevo está presente, na integra em pelo menos uma página facebook, sem que se encontre no Site do Clube (nota: finalmente apareceu, às 11h depois de já estar nos jornais e páginas desde as 8h tendo até partes em versões impressas de jornais).
Neste comunicado, chega-se até a anunciar uma AG, sem que sequer tenha havido convocatória formal do PMAG. E dá-se essa AG como sendo de apresentação do novo projecto, como se ela não fosse estatutariamente obrigatória para apresentação da proposta de orçamento para 2015/2016...
Sempre a derrubar barreiras!
Do comunicado, percebe-se que o empreiteiro vencedor terá apresentado para assinatura de contrato adicionais no valor de quase 620.000€. 331.000€ de adicionais concluídos necessários já após a fase de concurso, com acordo do dono de obra (Sporting) e 289.000€ de adicionais reclamados pelo empreiteiro.
A ser assim, e não tenho razão para duvidar, obviamente que o Sporting se encontra com toda a razão para proceder desta forma. O processo exigia uma empreitada de concepção-construção, de preço global - chave na mão. Ainda assim aguardo resposta da Somague, para estabelecer juízos finais, uma vez que há sempre dois lados da mesma história.
Um processo concepção-construção implica uma proposta global de projecto e preço de empreitada, com cronogramas de pagamentos e preços determinados. Tendo respondido ao exigido no processo de concurso, não vejo como o empreiteiro possa exigir mais-valias adicionais ao seu próprio projecto, que ele próprio concebeu e orçamentou.
Aqui, quem me parece não ficar bem na fotografia é a Ficope que avaliou os processos a concurso e não detectou incongruências entre o preço proposto e o exigido no caderno de encargos do concurso e projecto apresentado.
Por outro lado, também pode querer mostrar que o dado fundamental da avaliação foi o preço. Quando assim é, raramente a melhor solução, no seu rácio custo-qualidade é a escolhida.
Mas outros factos também são estranhos. Que a solução tenha sido apresentada com grande estardalhaço e a 1ª pedra lançado com ainda mais estardalhaço sem que o contrato tenha sido assinado.
Como também é estranho que a 1ª pedra tenha sido lançada, com a presença da CML, sem qualquer projecto a licenciamento ou no limite com um projecto de licenciamento de movimentação de terras aprovado de um projecto que não será o executado.
E tudo isto soa fortemente a um deja vu do que aconteceu com Godinho Lopes e Somague na construção do estádio (sim eu sei que o processo é diferente e a margem para derrapagens não é tão livre, estando apenas a referir-me à susbstituição de empreiteiro)
Agora sai a Somague e a Quadrante (neste tipo de projecto projecto e construção são um elemento único) entra a Ferreiras e a Morschel. A 1ª uma empresa boa, com espaços desportivos construídos, onde se destaca o Multiusos de Gondomar, num processo semelhante de concepção-construção com Siza Vieira, a 2ª nunca ouvi falar.
Esta empresa, para os adicionais acordados mutuamente apresentou um valor de 297.000€ (menos 34.000€ que o equivalente Somague).
O projecto será outro, os prazos também.
Sobre o projecto, um desvio no raciocínio para registar a estranha e inusitada publicação de fotografias deste em várias páginas há umas semanas atrás, algo que cataloguei de irrelevante e sem qualquer interesse que não fosse a curiosidade, mas que visto agora soa imenso a auscultação ao Universo Leonino sobre a nova proposta.
Sobre a qualidade do projecto, cada um saberá do seu gosto pessoal, mas nas poucas imagens vejo uma série de problemas...Além de me parecer ainda mais fraco que o vencedor.
Os prazos, passam a ser final de 2016 para conclusão da obra, Março de 2017 para inauguração. Relevante parecer-me-a dizer que coincide com final de mandato e eleições.
E isto tudo acontece a escassas semanas do 1º prazo apresentado para o começo da obra.
São lamentáveis estes arranques e paragens num processo que já há muito podia e devia estar em velocidade cruzeiro...