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Estamos a entrar no fatídico mês de dezembro. Este mês costuma ser caótico para o Sporting. Este ano, depois das três vitórias, categóricas, ao principal rival, temos razões para acreditar que temos tudo para sermos campeões de inverno e continuar na primeira posição em 2016.
Mas falemos do nosso plantel. Sem sombra de dúvidas o mais equilibrado dos últimos anos. Sem jogadores fantoche, como Naby Sarr ou Magrão, sem investimentos em Slavchevs ou focos de problemas como Shickabalas.
Este ano acabou-se também o mito Ryan Gauld e o insistente discurso que os reforços estão na Equipa B.
Esta época o plantel sénior tem mais soluções e mais garantias, apesar de necessitar urgentemente de reforços para continuar e manter um nível exibicional consistente até ao final da época.
Este Sporting de Jorge Jesus necessita de um grande central. Esta é a posição mais urgente. Ewerton continua a revelar os fantasmas da sua contratação, jogador que chegou na época de Marco Silva, numa fase critica da época e que só ficou apto a jogar no fim da mesma. Depois já teve várias lesões e continua a não conseguir resolve-las, dando a entender que a lesão pode ser crónica. Muito ao exemplo das contratações de Rodriguez e de Luis Aguiar.
Este ano as contratações foram feitas com critério, Ruiz é um jogador acima da média, Teo revela algumas limitações mas tem sido muito útil, Naldo também cumpre e João Pereira tem vindo a subir de forma.
Slimani continua sem um parceiro à altura, trabalha o dobro dentro de campo. E talvez seja esta a sua forma preferida de jogar. Corremos o risco, com lesões ou castigos, ficar órfãos de quem tem decidido tantos jogos na presente época.
Como é sabido, todos os anos temos que vender jogadores. É a lei do dinheiro e a lei do mercado, e acima de tudo a lei dos empréstimos da Banca. E este ano não será exceção, ainda para mais depois da eliminação da Champions e o continuar sem patrocinador.
Fala-se de Adrien para o Mónaco, o que a ser verdade, seria um rude golpe nas nossas aspirações. Adrien é um dos melhores jogadores do plantel e o único jogador que temos com as características de motor, tração e pulmão. Aquilani e Paulista não conseguem ter o ritmo nem chegar à classe de Adrien nas suas funções. Adrien, como Patrício mereciam acabar a carreira de Leão ao peito.
Uma palavra de apreço a um dos principais obreiros do que está atualmente a acontecer no Sporting, Leonardo Jardim. Agarrou o Sporting completamente desmotivado e falido psicologicamente. Ergueu um Clube, construiu uma base e promoveu vários jogadores à primeira equipa, nomeadamente: William Carvalho (lançado nos tempos de José Couceiro), apostou em Mané de forma clara, deu o meio campo a Adrien, transformou Cédric num lateral moderno e fez muito pela adaptação ao jogo que hoje tem Carrillo.
Jorge Jesus muito lhe deve, pois muito do trabalho estava feito.
Com Jorge Jesus temos agora a capacidade de dar o salto que só os grandes treinadores conseguem impor às suas equipas. E se o fracasso Champions foi difícil de digerir, não deixa de ser claro que este Sporting é o melhor Sporting dos últimos tempos.
Em jeito de homenagem, das poucas que consigo apontar ao Presidente Bruno de Carvalho, em três anos, contratou três grandes treinadores, Leonardo o obreiro, Marco Silva a consistência e com Jesus a potência e esperamos todos a afirmação das vitórias.
Jesus tem agora que apostar no que tem de melhor o Sporting, a sua formação, ou o que dela ainda resta, pois Gelson e Matheus são certezas, Rúben Semedo é um grande jogador, Esgaio tem uma maturidade muito acima da média e Wallyson está emprestado e tem muita qualidade. Nas camadas jovens, e nomeadamente nos Juniores e na Equipa B há um défice de qualidade individual como não se via há muitos anos. Vamos sentir esse reflexo nas próximas duas ou três épocas, onde as promoções à primeira equipa podem ser na casa dos “zero”.
Estamos portanto em primeiro na Liga, continuamos na Taça de Portugal e queremos continuar na Liga Europa.
Que todos os intervenientes compreendam que agora é que vem à tona as suas reais capacidades de gestão. Do Presidente ao Treinador, queremos ponderação e mais paz, menos ruído e menos banalidades.
Que fique claro que toda a ação provoca uma reação. Tenhamos nós peito para tantos casos em tribunal e tantas guerrilhas internas e externas.
O Sporting merece outro futuro, espero que todos os compreendam.