O tiopentato de sódio, é, na definição da wikipédia, um barbitúrico de acção rápida, depressor do sistema nervoso central, utilizado principalmente em anestesia e hipnose.
Parece ser este o nosso Penta. Uma hipnose anestesiada que nos adormece e obriga a permitir tudo o que este Clube se tornou.
Celebramos derrotas transformando-as em vitórias morais, permitindo que qualquer desaire tenha responsáveis exógenos. Falamos, falamos e falamos de um rival, esquecendo de olhar para dentro. Festejamos as suas derrotas, mesmo quando já fomos afastados. Festejamos a descida de um clube estrangeiro por revanche contra um treinador que ainda não foi digerido.
Fazemos tábua rasa do ditado "diz-me com quem andas que dir-te-ei quem és" fazendo alianças estratégicas de um lado e de outro (sim no inicio o alinhamento era com os outros). A recente relação de facto com quem há poucas semanas cantávamos que eram uma "...raça de corruptos gostam é de fruta, vocês são uns filhos de uma p..."
Aceitamos que uma administração dê ao treinador mais caro de sempre, o plantel mais caro de sempre sem quaisquer resultados. Que ambos, concordantemente menorizem o perfil europeu do Clube, secundarizando para lá do razoável as competições europeias. Que equipas de nível e orçamento muito abaixo, nos ridicularizem em resultados incompreensíveis, interna e externamente, num dos casos atirando-nos para fora sequer duma liga Europa com os reflexos de uma classificação abaixo do 50º lugar (sim, com a contribuição da época 13/14 em que ficamos de fora).
Aceitamos a qualidade miserável de futebol apresentado e a torrente de contratações falhadas, umas despachadas, outras por despachar, misturados em empréstimos estranhos e partilhas de direitos ainda mais obscuros. Aceita que se interrompa a evolução de jovens, no clamor de uma pretensa aposta na formação, resgatando-os a equipas da 1ª liga para ou não jogarem ou serem apenas aproveitados na equipa B.
Festejamos a formação, omitindo que fomos eliminados pelo critério da média de idades numa competição, que as presenças nas selecções cada vez são mais reduzidas e que a fonte seca à vista de todos sem que nada se faça para alterar.
Achamos normal o continuado amadorismo nas estrutura do futebol, que tem o seu pináculo na ascensão de um até há 4 anos, promotor de cartões bancários nos corredores dos centros comerciais de Lisboa a director (ou equivalente) do futebol, sem qualquer outra competência que não a fidelidade canina se lhe reconheça.
Orgulhamo-nos de vendas extraordinárias esquecendo que elas são extraordinárias e por definição não servem como suporte de contas equilibradas. Preferimos esquecer que estas vendas são fruto, na maior parte e seguramente nas mais significativas, de atletas formados no Clube antes de 2013 (e já estamos em 2017) sendo que valorizar verdadeiramente jogadores contratados (tirando Slimani) continua a ser uma miragem e até os formados (tirando Gelson) depreciam a olhos vistos.
E se no futebol as coisas andam assim embaladas, a realidade é que no Clube a coisa não vai por melhor caminho, com o maior orçamento de sempre, desenhado a "rigor" para as eleições a não ter reflexo nos resultados, naquela que vai ser provavelmente uma das piores épocas de sempre em termos de conquistas. Pelo menos se não contabilizarmos os títulos no paintball e afins.
Recusamo-nos a perceber que nos tornámos iguais ou piores que aquilo que sempre criticámos nos rivais. Arrogantes, petulantes, pedantes, convencidos, malcriados e cheios de soberba de barriga vazia. Recusamo-nos a perceber que os resultados são iguais aos que tivemos nos últimos 15 anos.
E ainda admitimos que um casamento entre funcionários do Clube e SAD altere a data de celebração do aniversário do Clube
O atrás referido tiopentato de sódio, é também conhecido popularmente como um soro da verdade. Infelizmente, tal efeito ainda não é conhecido, para já, de nos estar a acontecer. Quando surgir, será doloroso!