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Paradigmas

por Trinco, em 25.07.16

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Há no Mundo um movimento de mudança geral de paradigma no relacionamento entre pessoas e empresas e na maneira como estas se organizam para esta transformação e evolução, no que poderá ser um marco ao nível de uma revolução industrial.

 

Mesmo com muita resistência, e com enormes convulsões sociais provocadas pelos que mais vêm atacado o seu status quo, esta mudança acontecerá, e quanto mais cedo as empresas o entenderem, interiorizarem a aplicarem as devidas correcções, mais depressa retirarão dessa mudança os benefícios.

 

Esta mudança assenta na ideia de uma transformação cultural e estratégica que as torne mais aptas, humanizadas e singulares, respondendo melhor às solicitações e apresentando melhores resultados no final. Esta mudança assenta no foco nas pessoas, quer as que agora simplesmente operam as ordens, quer aquelas que não passam de valores de balanço aos olhos das administrações.

 

É o ter vs. o ser; onde a posse e a pose se sobrepõe aos princípios e valores imateriais.

 

O ganho vs. o ganhamos; onde o sujeito da frase se glorifica e valoriza menorizando os que o sustentam.

 

O falar vs. ouvir; onde a comunicação apenas serve esses interesses, sem qualquer intenção de levar em conta o que lhe digam.

 

O gerir vs. o liderar; onde se manda e ordena em vez de se encorajar os outros a fazer o melhor.

 

A centralização hierárquica vs. rede de responsabilidade distribuída; onde toda a estrutura organizacional converge numa pessoa em vez de deslocar e partilhar autoridades.

 

A visão de curto prazo vs. a visão de longo prazo; onde o que conta é o resultado imediato em vez do planeamento e da sustentabilidade da organização.

 

O ênfase exclusivo no resultado vs. o ênfase partilhado com o caminho; onde o resultado é novamente priorizado, sem grandes preocupações morais ou éticas da forma como os mesmos se alcançam.

 

A rotina e razão vs. a criatividade e intuição; onde a repetição é preferida ao pensamento fora da caixa.

 

O foco nos produtos vs. o foco nas pessoas; onde a venda (latu senso) se sobrepõe à pessoa que o adquire e que no fim da análise é verdadeiramente o coração da actividade de qualquer empresa.

 

Longe de ser um especialista de gestão ou da cultura organizacional das empresas, numa leitura do frente a frente do que se podem considerar os pilares de ambos os paradigmas, o nosso Clube (diga-se de passagem como grande parte das empresas portuguesas) e acima de tudo o seu presidente serão um caso quase exemplar da aplicação do paradigma antigo. Por vezes assustador de tão enraizado funcionando nas velhas maneiras, introduzindo constantemente obstáculos ao seu próprio caminho e criando as suas próprias armadilhas.

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publicado às 11:14


4 comentários

De comentador desportivo a 25.07.2016 às 12:30

"Há no Mundo um movimento de mudança geral de paradigma no relacionamento entre pessoas e empresas e na maneira como estas se organizam para esta transformação e evolução"

Permita analisar noutra perspectiva.
Existe uma mudança de paradigma já á muitos anos. Essa mudança de paradigma trouxe involução á sociedade. A sociedade tem estado a caminhar rumo á destruição, e pela análise não me parece que se esteja a inverter isso.
O que mantem uma sociedade são os valores, a ética, a moral.
Quando esses valores são sonegados, por causa da ganância, do capitalismo,as sociedades começam a regredir.

De Trinco a 25.07.2016 às 14:42

Quanto a mim existiu um reforçar e um propagar desse paradigma involutivo, não nos últimos anos mas nas últimas décadas. Actualmente existe mesmo um movimento de mudança que é obviamente contrariado pelo anterior que defende o seu "território". E era desse que procura timidamente o seu espaço que falava.

De comentador desportivo a 25.07.2016 às 15:30

Caro trinco

Entendi perfeitamente o seu post, e compreendo-o no que ao nosso clube diz respeito, que agora já não é tão nosso, é de outras gentes.
Os empresários quando investem, adquirem os clubes, geralmente pagam bom dinheiro, o nosso foi comprado com palavras, palavras falaciosas.

O que eu queria dizer no primeiro comentário, era que a sociedade regrediu.
E independentemente das novas ideologias da engenharia social, permita-me esta expressão,"só mudam as moscas, porque a merd@ é a mesma".

Os engenheiros sociais, são uns vendedores de estorias, porque sabem que há quem goste de viver no reino da fantasia.

A realidade é tão simples como isto, se o capitalismo egoísmo, se sobrepõe aos valores, á racionalidade, é óbvio que dá "barraca".

Se um indivíduo tem 10 casas, é óbvio que falta casas a alguém, se um indivíduo tem vários empregos, é óbvio que alguém vai ficar sem emprego, se alguém ganha mil contos, cinco mil, 10 mil contos ou mais por mês é óbvio que vai faltar dinheiro a alguém.

Este exemplo que dei incidiu dobre os bens materiais, mas a degradação é a nível geral, material, moral e ética.

A degradação moral vem sempre em primeiro lugar.


De Anonymous a 25.07.2016 às 17:36

Não acredito que a gestão das empresas ou a cultura organizacional das empresas regrida, depois de tantos anos de progressão. Nem as pessoas se deixariam manipular dessa maneira, até porque a tendência é para as organizações ficarem cada vez mais achatadas, menos centralizadas, até por uma questão de racionalização de poderes e de recursos.
As novas tecnologias vieram ajudar. As redes achataram as organizações.

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