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Há no Mundo um movimento de mudança geral de paradigma no relacionamento entre pessoas e empresas e na maneira como estas se organizam para esta transformação e evolução, no que poderá ser um marco ao nível de uma revolução industrial.
Mesmo com muita resistência, e com enormes convulsões sociais provocadas pelos que mais vêm atacado o seu status quo, esta mudança acontecerá, e quanto mais cedo as empresas o entenderem, interiorizarem a aplicarem as devidas correcções, mais depressa retirarão dessa mudança os benefícios.
Esta mudança assenta na ideia de uma transformação cultural e estratégica que as torne mais aptas, humanizadas e singulares, respondendo melhor às solicitações e apresentando melhores resultados no final. Esta mudança assenta no foco nas pessoas, quer as que agora simplesmente operam as ordens, quer aquelas que não passam de valores de balanço aos olhos das administrações.
É o ter vs. o ser; onde a posse e a pose se sobrepõe aos princípios e valores imateriais.
O ganho vs. o ganhamos; onde o sujeito da frase se glorifica e valoriza menorizando os que o sustentam.
O falar vs. ouvir; onde a comunicação apenas serve esses interesses, sem qualquer intenção de levar em conta o que lhe digam.
O gerir vs. o liderar; onde se manda e ordena em vez de se encorajar os outros a fazer o melhor.
A centralização hierárquica vs. rede de responsabilidade distribuída; onde toda a estrutura organizacional converge numa pessoa em vez de deslocar e partilhar autoridades.
A visão de curto prazo vs. a visão de longo prazo; onde o que conta é o resultado imediato em vez do planeamento e da sustentabilidade da organização.
O ênfase exclusivo no resultado vs. o ênfase partilhado com o caminho; onde o resultado é novamente priorizado, sem grandes preocupações morais ou éticas da forma como os mesmos se alcançam.
A rotina e razão vs. a criatividade e intuição; onde a repetição é preferida ao pensamento fora da caixa.
O foco nos produtos vs. o foco nas pessoas; onde a venda (latu senso) se sobrepõe à pessoa que o adquire e que no fim da análise é verdadeiramente o coração da actividade de qualquer empresa.
Longe de ser um especialista de gestão ou da cultura organizacional das empresas, numa leitura do frente a frente do que se podem considerar os pilares de ambos os paradigmas, o nosso Clube (diga-se de passagem como grande parte das empresas portuguesas) e acima de tudo o seu presidente serão um caso quase exemplar da aplicação do paradigma antigo. Por vezes assustador de tão enraizado funcionando nas velhas maneiras, introduzindo constantemente obstáculos ao seu próprio caminho e criando as suas próprias armadilhas.