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Lambuças é um substantivo derivado do verbo lambuçar que por sua vez deriva do verbo lambuzar que significa besuntar, untar, engordurar, sujar com matéria pegajosa, sujar (com gordura), enodoar; emporcalhar.
No contexto Sportinguista, começou a ser usado em meados da 1ª década deste século para denominar transversalmente aqueles que gravitavam, mais ou menos próximos, a esfera do poder de então e mais generalizadamente, todos os que por opção defendiam o status quo ou se omitiam de tomar posição.
Terá tido a sua origem num outrora fórum de referencia do pensamento critico Sportinguista e foi recorrentemente usado como identificador em várias discussões, extravasando depois os seus limites até ao seu uso comum, no dia-a-dia do Clube.
Este termo tanto identificava os homens do poder, como os que beneficiavam directa e indirectamente com ele. Toda a rede de influencias e interesses pessoais, fossem para beneficio explicito, mais ou menos reprovável, fossem apenas para a conquista artificial de relevo no panorama do Clube era assim marcada.
Por extensão, todos aqueles que defendiam ou que preguiçosamente se omitiam de tomar posições contra a conjuntura, também eram carimbados.
Aquando da "revolução" de Março de 2013, quando todos gritavam: "O Sporting é nosso!", a maioria dos Sportinguistas acreditaria na extinção destes valores e procedimentos. Puro engano. Aliás bastava conjugar a percepção que esta nuvem sempre existiu (e arrisco, sempre existirá) ao redor do Clube com alguns dos apoios e candidatos aos órgãos sociais, praticantes convictos das inversões de marcha.
A grande diferença é que neste momento o bolo a distribuir é bem menor. A grande diferença é que as contrapartidas são apenas convites para os jogos ou para as galas, jantares no McDonalds ou numa pizzaria, ou um simples cumprimento e selfie com o Presidente ou um qualquer Director. Porque na sua essência continuam lá! Os que beneficiam profissionalmente, os que vencem contratos sem consulta, os que inverteram a marcha para se manterem na órbita do poder, os que aparecem nos media e agora até nas redes sociais, os que continuam a ter insides, os que "trabalharam" para a corja (outro dos epítetos usado), os claqueiros de AG ou de FB, os que apoiam acriticamente tudo, os que entendem ser mais confortável estar do lado da maioria e os que se estão marimbando, vivendo o Clube apenas da bola que entra ou não.
São os mesmos que sempre aprovaram tudo, que o continuam a fazer. E não o fazem, na sua maioria, por convicção...É porque sim. Porque quem lá está é que sabe!
Mas também são os mesmos que basculam quando a porca torce o rabo e se transferem de poder para poder...
Outra das diferenças é também que agora são mais heterogéneos, mais activos e mais manipulados. Não forçosamente mais perspicazes.
E gostam de chamar os outos de lambuças sem perceber o que na verdade são!