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Tem sido comum a proliferação da mensagem que estabelece a ligação directa de quem ouse criticar este conselho directivo a um qualquer saudosismo de outros tampos recentes, exigindo-lhes por via disso a apresentação obrigatória de uma qualquer alternativa.
Ora isto, é uma gigantesca falácia, de quem limita a democracia e a liberdade de expressão aos momento eleitorais. E é uma falácia criada e ensaiada, usada como argumento desconexo, que de tão orquestrado e repetido encontra eco em muita gente, manipulando-a e remetendo-a ao silencio.
Como se não gostar de Coelho me obrigasse a gostar de Costa, ou não gostar da camisola amarela impusesse gostar da roxa.
Como se discordar das politicas nacionais me comprometesse a formar um partido e concorrer a eleições ou se criticar um treinador me forçasse a ter que tirar o curso.
A democracia não funciona assim. A democracia não se põe em espera fora dos períodos eleitorais. A democracia pratica-se todos os dias, na argumentação, no embate de ideias e diferenças e acima de tudo na formação de juízos e na critica que exercemos sobre o que vivemos. E nem sequer obriga à acção directa na coisa comum para ser praticada. A democracia são escolhas. E essas escolhas são-nos postas todos os dias. Concordamos ou discordamos. Criticamos ou aplaudimos. No momento e de acordo com o nossa exigência, as nossas esperanças e expectativas. E são estas escolhas que nos farão ter opinião e decidir ponderadamente no momento certo.
Querer tornar toda a gente numa massa amorfa e imóvel na sua capacidade de decisão e opção, apenas activada nos momentos eleitorais é, além de perigoso pelo potencial de manipulação que isso encerra, um enorme atestado de menoridade a nós próprios, aos nossos pares e à sociedade.