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É sabida e globalmente reconhecida a aposta do Sporting na formação. Esta formação, tem conseguido alimentar, com qualidade o plantel principal e mascarado muito das opções falhadas da última década (para ser simpático). Esta formação, não tendo aportado um historial de conquistas aos seniores do Clube, é ainda assim fortemente responsável pelas ultimas vitórias do Clube. Esta formação tem sido, também, uma fundamental geradora de receita, gerando mais.valias financeiras incomparáveis a qualquer outra feita com jogadores contratados. A ausência de aposta real e efectiva nesta formação, com a aquisição por atacado de um contentor de jogadores levou-nos à pior classificação de sempre.
Reconhecendo a legitimidade em alterar este paradigma, relembro que no programa eleitoral se escrevia:
Ao contrário do que tem sido prática recente, o recurso a jovens criados na formação do Sporting deverá ser uma realidade, à semelhança daquilo que sempre foi tradicional no clube.
ou
A formação será a aposta base da política desportiva
ou ainda
O plantel do Sporting Clube de Portugal será sempre preparado com base numa equipa formada por jovens talentos da formação leonina e jogadores com maturidade competitiva, com a meta de uma redução gradual do plantel para 20 atletas.
Reconheço a legitimidade, mas reservo-me o direito de discordar e o de achar que esta alteração de paradigma deva ser correctamente comunicada.
Se em 12/14, dado o estado quase calamitoso dos quadros técnicos seniores se entendam algumas aquisições com vista a complementar a mesma formação (outras há que continuam sem perceber, ficando a dúvida se em vez desses se tivesse apostado nos quadros da casa, não teríamos agora mais jogadores, melhor preparados - Welder, Piris, Magrão ou Cissé, para não falar de outros), no ano passado , já foi mais difícil entender as apostas em Rosell, Slavchev, Geraldes, Sarr e Rabia por exemplo que nada acrescentaram à equipa, tapando a natural evolução dos nossos formandos, algumas vezes até na equipa B, pelo menos até ao momento em que se verificou a clara diferença qualitativa e estes ganharam espaço, ou até terem conseguido rodar fora de Alvalade.
Este ano, com novo treinador, tradicionalmente pouco sensível ao tema, o que se assiste é nova aposta em "bloqueadores" dos formandos, sob o álibi da falta de experiencia. Esquecendo que experiencia sem qualidade, vontade ou capacidade, pouco vale. E mesmo que alguns se possam entender como aposta no futuro, como era para ter sido Gauld, a verdade é que são jogadores que inibem o desenvolvimento de outros.
O cenário que temos neste momento, será perdermos algo que todos nos orgulhávamos, 7 ou 8 jogadores da formação no 11 para um 11 com apenas 1 ou 2 (ou sem nenhum) e em que estes serão no máximo uma opção (quando não servirem para apenas fazer numero).
Pior contrata-se jogadores, pela sua idade, sem qualquer possibilidade de gerarem mais valias financeiras por períodos de tempo extremamente longos(Aquilani de 31 anos por 3 anos é paradigmático). E isto para mim não poderá ser considerado boa gestão desportiva nem uma gestão sustentada!
A formação não ganha campeonatos dir-me-ão. Poderá ser verdade. Nomeadamente se não tiver qualidade. Agora não se pode é dizer o mesmo e o seu inverso ao mesmo tempo. Não se pode anunciar à boca cheia a aposta e a qualidade da formação e secundariza-la ao mesmo tempo.
E mais, isto contribui também para o reduzir da capacidade de atracção de novos talentos (percebendo que a história e tradição apenas valerão até certo ponto) e a opção de outros por saírem. E têm sido muitos a fazê-lo, sendo que até para clubes de menor dimensão mas com uma aposta bem mais consistente e sustentada na formação.