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Crise...

por Trinco, em 18.08.15

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Propõe-se o Clube, vender o bilhete mais barato para sócio, para o jogo com o Paços de Ferreira a 15€.

15€ são, no meu caso, meio dia de trabalho. Levando a familia, seriam 2 dias de trabalho.

São 12.5L de gasóleo, são 200km de autonomia, para quem faz 50km diários. São pelo menos duas refeições. São meio livro de escola. São meia factura de luz ou água. São, no contexto sócio-económico do país, uma verba considerável.

Poderão dizer que com a Gamebox, cada jogo fica a 7€ ou 8€. Sim, mas a Gamebox corresponde a 15% dum mês de ordenado, e as contas acima teriam que voltar a ser feitas.

Poderão dizer que é o 1º jogo e que estamos em Agosto, época de forte presença da emigração. Mas eles não estarão cá num jogo da Taça da Liga, a uma qualquer terça-feira às 20.00 de um dia chuvoso de fevereiro. Aliás, ainda no ano passado, uma parte do Universo Sportinguista se ergueu contra o provedor do adepto da LPFP, pelos mesmos exactos motivos, mas na condição de visitante, criticando essa mesma justificação por se considerar, e bem, que ela não protegia os interesses daqueles por quem deveria zelar.

Poderão dizer que o investimento feito pela SAD foi grande e isso tem que se reflectir nos custos. Mas não se reflecte nos meus ganhos, nem nos ganhos da maior parte dos Sportinguistas. Percebo que os capitais próprios da SAD, declarados como sendo a fonte usada para estes investimentos, terão que ser criados e/ou repostos, mas não acredito que o proveito presumível, assente nesta politica de preços, seja a melhor maneira de o conseguir. Mesmo sabendo que, provavelmente, o jogo no sábado terá uma boa casa, a médio prazo, não acredito que seja sustentável.

Esta politica de preços, não é obviamente, problema exclusivo do Clube. Todo o futebol nacional vive alienado e acima da realidade do país. Seja na politica de preços de bilhetes, seja na politica de custos com planteis. E vive assim, ignorando, que mata o seu próprio negócio e se mata a si mesmo. A Liga, impõe tectos máximos no preço dos bilhetes consoante a competição e a categoria do estádio (75€ no nosso caso para a Liga NOS), mas esquece-se de impor a existência de bilhetes a preços mínimos. Num país com taxa de desemprego de 12%, salário mínimo de 550€, carga fiscal de 35% e uma cada vez mais empobrecida classe média

O futebol vive das pessoas. O futebol não pode ser considerado um produto de luxo. O futebol não pode ser apenas para aqueles com uma capacidade financeira acima da média, sob pena de os problemas de desertificação se agravarem. É que meio estádio a 15€ (e sei que não é disso que se tratará neste jogo) é ainda assim menos que um estádio cheio a 8€. E quando a procura fica tão aquém da oferta...

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publicado às 08:45



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