Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Criticar as apostas dos outros depois de avaliar os resultados é uma imagem de marca muito nacional. E no desporto, e em especial no futebol e no nosso Sporting, um fenómeno corrente.
Muitos foram os nomes aventados com desprezo nos últimos anos, nomes de jogadores que se revelaram reais flops, que queimaram jogadores de Alcochete, que foram mais problemáticos que “aromáticos”, pois perfume de futebol nada, bola!
Temos muitos nomes deste género, de Pongolle a Jeffren, passando por Purovic ou Marian Had, o que não nos falta são cromos para a troca nas novas cadernetas, desde Slavchev a Rabia, Shickabala ou Barcos.
E é sobre Barcos que este texto se foca.
No decorrer da época passada, numa altura decisiva da época, o Sporting fez, na minha opinião, o pior negócio destes últimos anos. Vendeu Montero.
E não se limitou a vender um jogador de grande utilidade e de valor, vendeu mal, por pouco e para o seu lugar chegou Hernán Barcos.
Este Argentino, que não jogava faz meses, chega a Alvalade no mais critico momento da época. Como era lógico, não jogou, não rematou, não suou a camisola, e ao que parece, hoje sai em definitivo sem ter marcado um único golo com a verde e branca vestida.
Desde a saída de Montero que o Sporting ficou órfão de avançados. Ainda hoje está a viver esse pesadelo, Slimani vive sozinho, sem concorrência, e acreditando no assédio de outros Clubes ou no risco de lesões ou desgaste, Slimani não poderá continuar a viver sozinho na frente do nosso ataque.
Há negócios que não se compreendem. Saiu na comunicação social na altura que os valores envolvidos no negócio Montero não eram claros. Sobre isso, continuamos ainda hoje a saber muito pouco e nunca se tentou esclarecer ou acabar de vez com a especulação do desaparecimento de dois milhões de euros neste negócio.
O negócio Hernán Barcos é todo ele um reflexo do Sporting de Bruno Azevedo de Carvalho. Negócios dúbios, mal explicados, como é exemplo o de Teo, Petrovic, Bruno Paulista ou Alan Ruiz.
Há coisas que não têm muita explicação. E não consigo nem quero entrar em especulações. Mas um Clube que se gaba de viver financeiramente saudável, que se gaba de não ser vendedor, vender desesperadamente um jogador na mais importante fase da época passada, sem contratar uma alternativa válida para a sua posição é de todo muito estranho.
Quem sabe, no futuro, também saberemos via auditoria quais foram as reais razões para esta venda. Montero saiu, entrou Barcos. Saiu um jogador que nos deu alegrias e títulos, e saiu por tostões, e entrou por milhões um jogador que nos deu minutos de verde e branca ao peito.
Sobre isto, poucas linhas se escrevem e pouca gente medita. Mas na soma de todas as partes, "Pongolles" são cada vez mais. Seria interessante contabilizar quantos jogadores contratou Carlos Freitas (pessoa que nunca admirei) em três anos, e somar quantos já foram contratados agora. Contabilizar o valor de gastos pagos, e o valor de ganhos em vendas. E no fim perceber que afinal a matemática é uma ciência que nos deixa um pouco envergonhados e que nos obriga a ser populistas para esconder as evidências. E por falar em Carlos Freitas, mais um processo perdido em tribunal por Azevedo de Carvalho.
PS: Ontem faleceu um grande Homem. Daqueles que realmente angariam Sócios, daqueles que levam famílias aos Estádios. Um Homem com valores, com princípios, um gentlemen e um Sábio maior. Admiro que toda a nação verde e branca assim o compreenda. Fico confuso quando se aplaude hoje, exatamente o oposto. A irracionalidade do futebol em todo o seu esplendor.
Obrigado Moniz Pereira, obrigado por teres transmitido valores aos meus familiares que ainda hoje os aplicam e partilham de geração em geração.
Isto sim é o Sporting.