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Como ontem escrevi, no meio do rebuliço dum jogo de Champions, a SAD resolveu divulgar sem grandes alaridos a evolução prevista da estrutura societária da sociedade até ao fim da reestruturação, alegadamente em resposta a "rumores que circulam na imprensa" e que a maioria nem terá chegado a perceber da existência.
Obviamente que estas operações foram apresentas, "debatidas" e aprovadas em AG. Aliás até o foram duas vezes. Uma com Godinho Lopes e outra com Azevedo de Carvalho, sendo que as diferenças entre as operações são reduzidas no seu formato e essência. Aliás sobre isso uma dúvida: Porque é que uma foi rebatida em AG como sendo ruinosa e outra defendida noutra AG como a salvação do Clube e SAD e decorrente do brilhantismo de gestão do seu transmissor?
Na nota de imprensa, fica evidente o que na apresentação da reestruturação era difícil perceber. Não que houvesse intenção de não esclarecer, mas pela natureza e complexidade dos assuntos e contexto da vida do Clube aquando da aprovação.
Nesta nota percebe-se que o Capital Social da SAD vai aumentar de €67M para €85M através da entrada de novos investidores e depois, em 2026 para €275M com a conversão dos 3 pacotes de VMOC's previstos (dois, um de €55M e outro de €80M em vigência e um de €55M ainda a lançar). Neste percurso, o Clube vai passar a deter 50.4% do capital da Sociedade (em 2013 era de 89.3%, neste momento é de 63.9%) na entrada deste novo investidor e 51.6% em 2026 caso consiga ter €99M para a recompra de cerca de 52% das VMOC´s existentes. Caso contrário ficará com perto de 15%.
Que à entrada esvoaçante das "verdes" não corresponda o esvair da maioria e controlo operacional e estratégico da SAD.
No fundo, a reestruturação assimila-se simplificando na alienação de 40% do Capital Social, a emissão de VMOC's e o esvaziamento do património do Clube, com este a contrair um empréstimo de €77.1M (inicialmente foi aprovado um de €68M) para liquidação de dividas bancárias, suas e da SAD, no que pode ser entendido como uma reestruturação da divida
Sendo a situação das VMOC's algo que já decorre da tradição da SAD de empurrar problemas com a barriga e que não mudou com a nova administração (admito que não seria fácil), importa perceber a origem desta entrada de €18M no imediato, e este valor é importante pois é o limite. E nisso a SAD continua a levantar cortinas de fumo nunca identificando aqueles que se tornarão accionistas de referencia, sendo que os prazos previstos no acordo de reestruturação para esta entrada acontecer, obriguem a que o mesmo já seja conhecido.
Desde o investidor anunciado em quase histeria numa AG mas que não se podia dizer o nome, à aproximação e namoro perto da mesma altura aos capitais da Guiné Equatorial, ao continuado secretismo desta operação, são demasiados indícios que me deixam de pé atrás e desconfiado da sua proveniência. É que o dinheiro não é todo igual (omo aparentemente não são os conceitos de rigor, transparência e excelência). Longe disso...E há valores intrínsecos à génese do Clube que por mais que estejam secundarizados neste momento lhe são indissociáveis. Não vale tudo!