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Todos têm que lidar com ela. Pressão competitiva, pressão intelectual, pressão emocional, pressão física, pressão comunicacional, pressão externa, etc.
São os jogadores, relativamente pouco experientes, a terem que lidar com o ir à frente, com a margem de manobra, com as reacções e suas consequencias, com o ruído...
São as equipas técnicas a terem que lidar com opções, com cargas, com planeamentos a médio prazo, com decisões com reflexo imediato e decisivo, com as falhas...
São as equipas directivas a terem que lidar com expectativas, com a maneira como comunicam, com a maneira como gerem os momentos...
E os adeptos? Sim, os adeptos também lidam com a pressão. A pressão social, a pressão para agir e reagir ao impulso comandado, a pressão para estar sempre presente.
Mas há uma que estes aparentemente continuam a gerir mal. É a pressão nos jogos, quando a equipa tem momentos (e eles existirão sempre) em que precisa de tempo. E não falo da legitima reacção a uma substituição quando se acha que um jogador não deu nem fez tudo o que devia (pior no caso do Teo quando se verifica a falta de respeito que foi o período natalício alargado), ou até ao grupo na sua globalidade perante um jogo mau. Nem sequer do apoio acrítico tipificado no "bater palminhas" e só porque sim...
Falo do que assisti ontem. Dos assobios ao Rui Patrício com pouco mais de 10 minutos de jogo porque ele não despachou a bola imediatamente (não interessava para onde...). Dos assobios e impropérios a um qualquer jogador porque não chutou a bola para a baliza a mais de 40 metros (não interessa que tivesse a equipa adversária quase toda à sua frente). Dos assobios a um jogador por ter falhado um toque claramente por culpa do relvado (um cada vez mais lastimável relvado). Da interacção constante, mais evidente e ruidosa que o apoio com as decisões do árbitro (foi mau, mas convenhamos, irrelevante para o jogo e resultado). Das provocações constantes à claque adversária, feita por avós e netos em moldes muito entendíveis na circunstancia (contra rivais directos até entendo, no calor da emoção, mas contra um Boavista?...).
Não são todos. As claques não o são seguramente. Mas já são alguns. E isto é doença que alastra rapidamente quando as coisas correrem menos bem e é ponte que uma vez atravessada se torna num ambiente difícil reverter. Estamos à frente, e queremos estar à frente até Maio. Mas em jogo, devendo ser exigentes, devemos também perceber o nosso papel (e assim os outros percebam os seus) e não contribuir para a pressão negativa exercida sobre aqueles que desejamos sejam os actores da realidade dos nossos sonhos.