Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Perdemos cinco pontos até agora. Não é um fatalismo mas é preocupante a forma como os perdemos.
A derrota em Vila do Conde foi aterradora pelo péssimo desempenho da equipa e o empate em Guimarães, depois de estar a vencer por três bolas a zero, era uma aposta de risco em que poucos apostaram a faltar menos de vinte minutos para o término da partida.
Bruno de Carvalho, na última Assembleia Geral, apressou-se a chamar a Si as responsabilidades destes últimos resultados. O seu discurso, longe, muito longe dos discursos carismáticos e populistas que o identificam, foi feito sem alma e sem ritmo. Uma leitura em direto para pouco mais de uma centena de Associados onde ficou claro que Bruno de Carvalho começa a perder a autonomia que o caraterizou nos primeiros tempos de presidência, estando agora mais controlado e com menos margem de manobra.
Como é sua imagem, e nos poucos momentos que retirou os olhos da leitura, aproveitou o contexto para apelidar de “ratos” os que o criticam. “Cobardes” os que têm opinião, e claro, deixou claro que não ia dar “descanso” a quem se intrometesse no seu caminho.
Todo o discurso foi pleno de incoerências e de lugares comuns, apesar de não ser novidade na sua forma de atuar, e aqui me repito, deixou no ar a ideia que foi empurrado para a linha da frente com um conjunto de conceitos “pescadinha rabo na boca”, que antes de o ouvirmos já saberíamos o que esperar. A apologia dos “ses”, se tivéssemos ganho, se tivéssemos marcado, se tivéssemos sozinhos no mundo eramos certamente os maiores do universo.
Bruno de Carvalho está a perder a sua principal virtude, goste-se ou discorde-se dela, que era a capacidade de surpreender. A surpresa nem sempre era positiva, mas tinha o condão de destapar e tocar em assuntos que eram do interesse dos Associados e Adeptos mais desinformados e mais jovens.
Esta mudança pode indicar também o clima de medo e até fantasmagórico que se vive em Alvalade com o aproximar da data das eleições. A bola não entra, corremos o risco de cair para a Liga Europa, e no campeonato já perdemos cinco pontos e não temos deslumbrado como na época passada.
A exigência desta época é muito maior. Estão muitos milhões em cima do relvado que não podem encontrar desculpas na arbitragem ou continuar a apontar a já falida e batida desculpa que o Sporting perdeu peso por culpa dos antigos dirigentes.
Antigos dirigentes esses que já foram ouvidos e deixaram claro como a água que foram alvos inocentes de uma guerra que o Presidente atual se serviu para chegar ao poder. É agora tempo de começar a devolver a dignidade a todos os visados, e isso vai custar muito caro a Bruno de Carvalho.
Em relação aos Associados processados, três zero! Três derrotas sem precedentes, sendo o Presidente alvo de chacota até dos responsáveis máximos das audiências, onde os processos eram uma autêntica comédia. Três derrotas, três despesas para o Sporting.
O caso Doyen continua na ordem do dia, onde o discurso da dupla almofada não mais foi que areia para os olhos. Perdemos, estamos em fase de recurso, as esperanças são muito poucas, até pela forma como o Presidente se referiu ao processo na sua homília do passado domingo.
Posto tudo isto, temos as modalidades a dar cartas, o que é importante, resta saber com que preço e com que fatura no futuro. Os orçamentos do Andebol e Hóquei evoluíram para perto do orçamento do Futsal. O Atletismo está em total remodelação, mais uma. Aguardemos por títulos, e por uma autogestão que só as vitórias podem oferecer.
Na relação com a banca, surgem notícias da necessidade de avançar com vários milhões até ao final da época, fala-se em adiantamentos da NOS ou de outros contratos já celebrados. Se assim for, o modus operandi, tão criticado que foi no passado, continua a ser sistema instalado, usado e abusado pela atual direção.
A este Sporting, nesta fase pede-se silêncio e outro nível de relacionamento com os Seus e os rivais. Sabemos que com Bruno de Carvalho isso é uma tarefa complicada, um pedido praticamente negado à partida. Mas o Sporting vai perdendo, vai caindo, os rivais vão vencendo, vão conquistando, e nós, bem nós continuamos com o Karma tão leonino de perder e cair na praia.
Na Academia a Equipa B começa a vencer. Foi necessário chamar um conjunto de jogadores adquiridos para começar a amealhar pontos. Situação bem diferente de um passado recente, onde a base da equipa era na sua quase totalidade oriunda dos escalões de formação. Escalões esses que evidenciam poucas esperanças a curto prazo, onde a qualidade não chega aos níveis dos anos passados.
E para terminar, a comunicação, sempre a comunicação, que é o interlocutor de todos estes erros e devaneios. Apontar o outro, desviar atenções, apostar no insulto não são formas nem estratégias que se compadeçam com a ética e a moral sempre defendidas pela Instituição Sporting. A Nuno Saraiva, experiente profissional pede-se mais elevação, mais trabalho junto das redações e nos meios do Clube e menos lixo redigido nas redes sociais. A roda foi criada faz muitos anos, veja-se os exemplos dos Clubes que nos rodeiam para percebermos que estamos nitidamente no caminho inverso e até fora de época no que ao tom e caminho de comunicação se deveria seguir.
Uma palavra de apreço ao Capitão Adrien Silva, que vai ficar mais de um mês parado. A sua falta vai-se se sentir, o pulmão deste Sporting, o grande esteio do meio-campo. Que volte totalmente recuperado e a tempo de devolver ao Sporting a sua qualidade e raça de jogo. É de jogadores como Adrien que a História do Sporting se fez. E nunca, jamais, foi escrita pelos impropérios e erros de direções e outros peixes comensais que navegam nas suas costas.