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Não tenho por hábito comentar futebol. E se o faço, em regra, faço-o à priori, assumindo o risco de a minha opinião ser desmentida pela realidade. Nos rescaldos, as minhas reacções são geralmente sucintas e já a pensar no próximo passo.
No entanto abro uma excepção por causa do jogo de ontem (ainda que breve e enquadrada com o futuro).
O jogo de ontem foi fantástico. Dominamos como quisemos e tudo correu bem. Correu mas porque fizemos por isso, sem nunca nos pôr a jeito das vicissitudes arbitrais. E é preciso sublinhar que estávamos a jogar na casa do 5º classificado. Foi uma clara demonstração de poder, de qualidade e uma ainda mais óbvia declaração de candidatura. Foi um belo jogo, está a ser uma bela liga e foram belos indícios de um reforço a quem grande parte dos Sportinguistas (eu incluído) torceram o nariz. É uma bela sensação voltar a perceber a onda que se cria e lembrar a vivida entre 1999 e 2000. Como é bom, voltar a sentir reais possibilidades de conquista 11 épocas depois (sim, o Sporting de Peseiro "ganhou" um campeonato que Paraty subtraiu).
E é bom perceber que é possível que o jogo mais importante da nossa caminhada nesta liga já possa ter passado (mesmo considerando que o mais importante seja sempre o próximo). Aquele, depois dos normais desacertos iniciais, em que se percebeu que todos os jogos merecem o mesmo esforço e dedicação. A mesma seriedade competitiva e empenho. Foi na última deslocação à Madeira.
E é bom, passo a passo, ponto a ponto, jogo a jogo,começar a fazer contas ao futuro na perspectiva da liderança e não da perseguição. A pressão está sobre nós, mas depende de nós, e apenas de nós, transferi-la para os que estão abaixo. Os próximos dois jogos são em Alvalade (Braga e Tondela) e até ao jogo com o que aparenta agora ser o rival mais directo, é claramente possível fazer 24 pontos nos 8 jogos que faltam. Temos jogos complicados, mas temos 15 desses pontos disputados em casa.
Infelizmente não há bela sem o senão. E o senão são as constantes referencias do treinador (e já nem vou ao restante da estrutura) ao rival (e ao seu técnico), mesmo quando não tenha nada a ver com a conversa (ou mesmo que derive de questões pessoais) e o chegar a um ponto de conflitualidade que ultrapassa todos os limites do razoável. Bem sei que faz parte da estratégia de desestabilização (o ano passado, nesse clube era com outro alvo), mas não vale tudo. Os fins não justificam todos os meios e a superioridade prova-se (como já se provou este ano por três vezes) no jogo. Ser superior é isso mesmo. Saber que se é q que não se precisa menorizar os outros para ser.
Os mais supersticiosos dirão que é "karma à espera de acontecer". Espero que não!