Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Antes de mais, espero que os leitores e familiares se encontrem de boa saúde.
Nos tempos que correm são o bem mais precioso. Que continuemos a enfrentar os tempos difíceis com tenacidade.
Confesso que as saudades de escrever sobre o Sporting não eram muitas, nestes tempos difíceis percebemos o que realmente é prioritário nas nossas vidas. Mas é a minha opinião, não será a de todos. Há muita gente que tem em tempos de confinamento tanto tempo livre como antes da pandemia. E vão debitando opiniões, e vão abrindo focos de conflito, e vão massacrando o Clube, mesmo sem se agarrarem aos maus resultados desportivos do futebol. Eles não dormem, eles não têm vida, hoje, como no passado.
Não vou falar de pessoas que já deram muito ao Sporting no passado, a esses dou o direito de opinar e de debaterem o Clube, pelo respeito que merecem, mesmo sem concordar muitas vezes. Isso é saudável, haver debate de ideias, de apontar caminhos.
Mas surgem figuras que nunca fizeram nada pelo Sporting e que do alto da sua pretensa sabedoria, mais não fazem do que usar saltos altos para se mostrarem. Uma dessas figuras que ninguém sabe de onde saiu é Rui Calafate. Quem é Rui Calafate, afinal?
Diz ser dono de uma empresa de comunicação que ninguém conhece, que não tem funcionários quando se faz uma simples busca, não se lhe conhecem clientes, diz que faz ou fazia a comunicação de Santana Lopes, e é tudo o que se sabe da sua experiência profissional. No Sporting aparece pela mão de Pedro Baltazar.
No último acto eleitoral trabalhou para João Benedito e "a meio do jogo", com o apoio de Pedro Baltazar a José Maria Ricciardi, abandonou o ex-jogador de futsal e virou agulhas para a candidatura do antigo banqueiro. Durante o mandato do ex-presidente destituído não se viu de Rui Calafate um único comentário público sobre o dia a dia do Sporting, mesmo que logo ao inicio tenha feito parte de grupos de contestatários. Mas nunca deu a cara, talvez por receio de ficar tremido na fotografia, ele que tanto gosta de viver da imagem.
Mas Calafate ultimamente, e desde que foi afastado da Sporting TV, tem manifestado a sua azia quase semanalmente, ora nas redes sociais, nas quais não falou de Sporting em cinco anos, quer em publicações online ou no seu espaço no jornal Record.
Calafate viveu durante cinco anos escondido debaixo de uma pedra em termos de Sporting.
Não vou adjectivar, deixo isso à consideração de cada um.
O que me faz confusão é a sua desonestidade intelectual. Nisso é profissional.
Peguemos apenas na sua última aparição:
Diz Calafate : "Adoro quando o Sporting é pioneiro...em lay-off entre os três grandes depois de ter realizado um empréstimo obrigacionista, antecipação de receitas televisivos, venda milionária de Bruno Fernandes...."
Vamos lá tirar o caroço a isto. Em Portugal existem, neste momento, quase um milhão de portugueses em lay-off.
O que o Rui omite é que este mecanismo faz com que o Sporting e demais empresas recorrentes, estejam impedidas de despedir funcionários dos seus quadros, e no caso do Sporting, colaboradores também a recibo verde.
O empréstimo obrigacionista concluído pela actual Direcção foi para liquidar um anterior que não foi liquidado pela anterior gestão, deixando o Clube em "default" perante os bancos e investidores. Sobre isso o Rui não disse nada na altura, e agora omite propositadamente.
Fez em Março um ano que o Sporting teve de pagar muitos milhões de euros a clubes e empresários para poder cumprir o fairplay financeiro da UEFA até final de Março de 2019, para poder participar nas competições europeias. O Rui sabe, mas omite descaradamente.
Diz agora que Bruno Fernandes foi uma venda milionária, quando em Janeiro criticou os valores envolvidos. Sabe o Rui, também, que o Manchester United ainda não liquidou a parcela devida ao Sporting, que já inclui um dos primeiros objectivos no contrato. Sabe mas omite, porque quer. Também deve saber, porque sabe tudo na sua cabeça, que o WBA não pagou os 10 milhões da transferência de Matheus Pereira. Que o Sporting também não recebeu a verba sobre a opção accionada sobre Misic. O Rui sabe, ou acha que sabe, mas omite.
"...E ainda veio mais outra medalha de vergonha para a farda de Varandas, o não pagamento da primeira tranche da operação de Rúben Amorim."
Descaroçando, fui liminarmente contra os valores envolvidos na aquisição do actual treinador.
Mas vamos a factos : Se Jorge Jesus cumprisse os dois últimos anos de contrato custaria mais 16 milhões de euros, só em salários. Sobre isso o Calafate nunca opinou. Ah, estava debaixo da pedra. Adiante.
O Rui não foi à tropa, não sabe o que significa vestir uma farda (a única farda são as leggings que usa para ir ao ginásio) nem o significado de estar em defesa do País. Os que foram militares sabem a honra que é. Tinha-lhe feito bem, a vida militar ensina muita coisa em termos de carácter e solidariedade, camaradagem. Tinha-se feito mais homenzinho.
Em conclusão, o Rui do alto da sua sabedoria julga que os seus escritos apenas são acompanhados por distraídos, que ninguém usa massa cinzenta, que escrever umas piadolas estéries faz com que alguma vez as portas de Alvalade se abram para ter ocupação. Não, Calafate. Nem toda a gente anda a dormir. Nem toda a gente come gelados com a testa.
Os tempos mudaram e nada será como dantes, nem nas nossas vidas nem nos Clubes.
Só os Calafates continuarão na mesma.
S.L.