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Estamos a poucas horas do fecho do mercado e Ryan Gauld e Geraldes, nossos jogadores, que estavam emprestados ao Vitória de Setúbal e que por simples birra e capricho foram chamados à sua procedência.
Passaram por Chaves, mas por lá não ficaram, malvadas leis estas que existem, redigidas e aprovadas pela generalidade dos Clubes.
Hoje, a poucas horas do fecho de mercado, Gauld e Geraldes correm o sério risco de não poder desempenhar a sua profissão até ao final da época.
Como bem explica este artigo, a situação ultrapassa todos os limites do desnorte e da falta de capacidade de gestão desportiva.
Mas se sobre esse assunto já muitos se debruçaram, faço deste texto uma avaliação deste episódio em comparação com a figura que nos preside.
Só alguém que não defende nem entende o lado humano pode avançar para uma medida desta dimensão. A vida, o profissionalismo dos jogadores, as suas carreiras foram completamente encostadas num plano secundário, colocando em primazia o devaneio histérico e sem sentido de Azevedo de Carvalho.
Pobres e angustiantes horas devem passar Geraldes e Gauld. Os únicos inocentes neste processo, e muito provavelmente os que vão arcar com todas as consequências.
E todo este “filme” é a história da vida de Bruno Azevedo de Carvalho, o seu “eu” sempre em primeiro lugar, com decisões por impulso, renegando e desprezando os danos colaterais, que neste caso são muitos, não só para o Clube, para a sua imagem, para a defesa dos seus valores, e claro, para a carreira dos jogadores.
Que mensagem passa este Presidente com estas atitudes? Que vontade terá um jovem num futuro próximo de assinar por um Clube que os despreza e os avalia como números e meros exercícios contabilísticos. Exercícios esses que muito têm custado ao Sporting, seja no ponto financeiro, seja na vertente de Clube formador.
Bruno Azevedo de Carvalho não tem propósito. Navega à deriva na procura de um farol que lhe vá indicando um caminho. Todos os anos, um novo ano zero, todos os dias uma nova guerra, um novo combate, e claro, derrotas e mais derrotas que são reflexo de vitórias e mais vitórias dos nossos rivais.
Pobres Gauld e Geraldes, que não querem nem merecem este ambiente. Pobre Sporting que não merece este Presidente. Pobres os adeptos, tanto os que andam enganados como os que sofrem com todas estas tramas.
Isto é o Presidente Bruno Azevedo de Carvalho. O que pede expurgas de sócios, que os apelida de ratos e híbridos, que contorna problemas e escreve longos textos na sua conta do Facebook plenos de lugares comuns e sem conteúdo algum.
O que Bruno Azevedo de Carvalho não tinha, começa agora a ter, e de forma forte e cada vez mais assumida, uma oposição dividida em várias vozes, de Severino a Mário Patrício, de Benedito a Pedro Madeira Rodrigues. A juntar a todos estes os Lesados do Carvalho, os que com ele privaram e se aperceberam estar envolvidos numa das suas maiores asneiras de vida, e claro, os Sócios, que felizmente a cada dia que passa são cada vez mais a rebelar-se contra o "novo Sporting".
Faltam poucas horas, e Gauld, o novo Messi, e Geraldes, o futuro lateral da nossa Seleção, estão sem Clube.
Eis a Champions da Gestão, seja do ponto de vista desportivo, financeiro e acima de tudo, a gestão humana e de imagem de um Clube com mais de cem anos.
Basta!
Ontem, o na altura proto candidato Azevedo de Carvalho (e é assim que ele se assumiu), no campo e estilo habituais, tentou atrair o seu adversário para as águas onde mais confortável se sente. As águas da retórica agressiva, onde a forma ultrapassa o conteúdo e até a realidade.
Aparentemente, seja por omissão seja por estratégia, ficou sem resposta. Entendo, mas não concordo, nomeadamente do ponto de vista do estabelecimento da verdade que para mim é mais importante que qualquer táctica. Pessoalmente, sem muito esforço, na maior parte das coisas, facilmente verifico que a narrativa se desmorona.
Sobre as pressões.
Como é óbvio e conhecido, os relatos de pressões são reais. Tristemente reais diria até, seja para garantir o apoio, seja para garantir o silencio. No entanto, para própria protecção de quem as tem sofrido, a sua concretização nunca poderia ser feita. Fica no entanto a questão de como pode o proto candidato, que alegou as mesmas pressões, sofridas até de maneira ameaçadora, em 2011 e 2013 sem que também as tenha ele concretizado, reclamar do mesmo exacto procedimento neste momento?
Sobre a formação.
Entender a formação como o resultado a meio da época, entronca exactamente na deficiência de perceber que ela é um todo coerente, um processo evolutivo de aperfeiçoamento, que deve desaguar no aproveitamento dos melhores, algo que dificilmente acontece quando se verificam os excessivos números de contratações sem nexo que ocupam os lugares dos jovens e os motivam a tentar a sorte noutros lados em que tenha mais e melhores perspectivas.
Sobre a desestabilização.
Quem, à porta de provavelmente o último jogo fundamental da época, assume enquanto funcionário do Clube um posicionamento eticamente reprovável ao subscrever uma comissão de honra de um proto candidato numas eleições é o actual treinador do SCP. E quem o coloca a ele nessa mesma posição é quem o convida, numa postura, uma vez mais, eticamente criticável é o proto candidato.
Sobre o prejuizo da reputação e as assistências.
O que prejudica a reputação do Clube junto de patrocinadores e parceiros é a mentira. A verdade nunca o poderá fazer. Aliás, assumir isso mesmo é reconhecer uma qualquer menoridade interpretativa aos mesmos patrocinadores e parceiros e achar que eles aceitam os números que lhes são postos à frente sem os verificarem.
Sobre a recompra da Academia.
A recuperação da propriedade plena da Academia, demasiadamente mal sustentada pelo proto candidato Madeira Rodrigues, mais que uma medida, é por mim lida como um sinal que se quer dar do objectivo de ter o mais rapidamente possível o Clube na posse do seu património.
Sobre os latidos.
Reconhecendo a imagem extremamente infeliz e até insultuosa utilizada, fica ainda assim muito aquém da linguagem utilizada pelo proto candidato enquanto presidente do Clube em inúmeras situações, em referência a agentes desportivos e parceiros e pior que tudo associados. Linguagem que o decoro e respeito impõem que se omita deste texto.
Sobre as modalidades.
O aumento dos orçamenetos das modalidades, da maneira que é feito preocupante pois coloca em causa a sustentabilidade e erra na política pois gasta recursos na perspectiva dos resultados imediatos, não tendo qualquer sustentação a médio.prazo. O proto candidato esquece-se das justificações de inevitabilidade transversal aos nossos adversários por si declaradas como justificação para os cortes nos mesmos orçamentos apresentados em 2013 e 2014 e quando fala de lucro, omite que apenas em 12/13 a quotização passou a estar integralmente atribuída ao Clube o que é factor suficiente para alterar a leitura e peso dos valores.
Sobre os alegados prémios.
Como de costume, o proto candidato, tal como o presidente, confunde planos e clubes, tomando o que comentadores e paineleiros do clube que lhe ocupa constantemente o pensamento transmitem como tendo origem nos alvos internos que mais lhes interessa no momento atingir, criando e difundindo artificialmente essas narrativas, mas falhando constantemente o alvo e falhando o discernimento da realidade.
Não estou mandatado para responder em nome algum que não o meu, nem sequer faço aqui a defesa de quem quer que seja que não da verdade, que entendo como bem supremo. Como diz o proto candidato, não vale tudo. Mas não valendo para um lado, e não vale, havendo várias situações que me desgostam como seja a ausência até agora de um discurso positivo e de ideias, também não vale para o outro!
Edit. O proto candidato Madeira Rodrigues acabou por responder de forma sucinta e vaga, mais à forma que ao conteúdo, mantendo assim algum distanciamento das águas pantanosas do debate facebookiano.
É razoavelmente seguro neste momento verificar que Azevedo de Carvalho vai às urnas com apenas um opositor, Madeira Rodrigues.
Depois de muitas movimentações, que sempre anunciavam um candidato forte da dita oposição (que mantenho não existe e de que este falhanço em se organizar é prova), estas são as cartas na mesa e as escolhas que são propostas aos Sócios.
Foi João Benedito, foi um candidato "anunciado" pelo Futre, foi Mário Patrício, foi Rogério Alves, voltou a ser João Benedito, sem que qualquer um tenha acabado por assumir o desafio. Foi um desfilar de movimentações, encontros, desencontros, jogos de sombras e enganos.
Isto tudo enquanto, um candidato que todos dão como fraco, tenro e impreparado, se afirma como tal em Dezembro, a mais de 3 meses das eleições, e tenta a partir daí fazer o seu caminho, esbarrando com indefinições e posicionamentos estratégicos de quem se mantém em cima do muro a tentar perceber qual o lado mais confortável para cair.
Mas é aparentemente este candidato, que todos dão como não valendo mais de 5% ou 10% dos votos, quem acusam de inibir o aparecimento dessa tal alternativa forte e pujante. Ora isso, pura e simplesmente não faz qualquer sentido. Convicções são convicções, apostas são apostas, medos e receios são medos e receios, estratégias cínicas são estratégias cínicas
Esses nomes potencialmente mais agregadores (e até concordo que o seriam), possivelmente com equipas e apoios mais valiosos e fortes, ficam de fora por causa da leitura que fazem da impossibilidade de bater Azevedo de Carvalho. A dois, a três ou a mais...Escolhem a via mais confortável. A via do "eu sabia" ou do "eu avisei". Ou da "a culpa é do outro"
E ficam de fora também por deixarem correr o marfim e só começarem a perceber o momento tarde de mais. Falharam a coragem de se colocarem a tempo no tabuleiro, firmando o seu nome e a sua presença na defesa do que mais publicamente ou mais privadamente defendem e criticam nos rumos que o Clube segue. Falharam em perceber a tempestade que se aproximava, que enfraqueceria Azevedo de Carvalho, como falham em perceber que as redes sociais e os blogs não são toda a realidade e que há um numero significativo de sócios silenciosos por não querem a exposição que nas actuais circunstancias acarreta consequências nefastas nas perseguições e autos de fé que se realizam, que recusa esse mesmo caminho e desespera por uma alternativa.
Têm medo de se queimar com 10% dos votos agora, jogando um perigoso jogo de poker em que prevêem uma nova mão jogada em Novembro, com uma pretensa queda em desgraça do actual presidente. Esquecem-se que há sempre, no mínimo, dois lados nesse jogo e que essa aposta pode encontrar do outro lado uma mão suficientemente forte que leve à eternizarão daquilo que mais se critica.
Pessoalmente, acho que quem perde com estes temores, com estas dificuldades em assumir as opiniões e as convicções é o Sporting. E não tenho formada na cabeça a certeza que uma corrida a três ou quatro fosse uma garantia maior da continuidade deste rumo, pois, provavelmente de forma ingénua, ainda acredito na força das ideias e do seu debate na realização de uma opção.
Madeira Rodrigues não é perfeito. Longe disso. Tem na sua equipa boas pessoas e outras que nem por isso. No programa, boas ideias e princípios e outras perfeitamente desfasadas da realidade. Insiste em comunicar mal e em não conseguir ganhar notoriedade e luta contra uma maquina profundamente preparada, que usa meios de propaganda a roçar o eticamente reprovável, mas está lá. Respeitou o Sporting e os seus princípios ao avançar. Obrigará a que tenha que haver discussão e debate. Tenha 5%, 10%, 20%, 40% ou o que seja, essa vitória ninguém lhe tira.
P.S. Um dos proto-candidatos lança hoje a ideia de um adiamento das eleições. As eleições estão previstas para março de 2017 desde 2013. Há 4 anos! Não me parece sequer sério, a entrar em Fevereiro, aludir a isso. Foram 4 anos!
Diz o nosso extremamente bem pago treinador.
Que o regresso de Palhinha, Geraldes e Podence (fica por aqui? ) nada tem a ver com o momento do Clube.
Nada a ver é com formação e aposta na mesma. Esta movimentação de regresso de formados nada mais tem a ver que com a vontade de encenar uma imagem de "aposta nos miúdos" bem a tempo das eleições e tapar os buracos dos que pretendem desesperadamente "trespassar", na imperativa necessidade de aliviar lastro económico.
Alguém acredita que estivesse o Clube a lutar pelo campeonato, ainda na taça e na Liga Europa, isto aconteceria?
Isto não é formação. E muito menos aposta na formação. Ser coerente nestas opções é algo fundamental para potenciar o desenvolvimento destes jovens.
No inicio de época ficavam no plantel asseguravam. Iuri, Podence e Palhinha ficavam no plantel dizia o treinador em Julho à Sporting TV.
Mais tarde, com o contentor de estrangeiros de qualidade duvidosa mas que havia necessidade de justificar, considerou-se que não teriam espaço e saíram.
No Belenenses, Moreirense e Boavista eram opção regular, afirmando-se até como peças fundamentais das estratégias das respectivas equipas.
Em Janeiro regressam para quantos jogos jogarem? Em quantos dos 16 jogos que miseravelmente nos faltam eles serão aposta? Quantos minutos farão nos 1440 minutos que faltam jogar? Jogos que, lembre-se, terão, fruto do momento da equipa e dos objectivos ainda alcançáveis, um peso competitivo e emocional acrescido.
Depois, sendo o mesmo treinador que formou um plantel de 30 jogadores em que um terço nunca contaram verdadeiramente para as escolhas e em que apenas 7 poderiam ser efectivamente considerados da formação (não aceito que Beto seja considerado da formação pelo menos na concepção da aposta nesta), ainda tem a arrogância vaidosa de falar que em 21 jogadores (presume-se que será o numero de jogadores a 1 de Fevereiro), 11 (sim, inclui o supracitado Beto) serão da formação. Conta nestes com o Matheus que pouco ou nada contou para ele até agora?
Como já várias vezes escrevi: Só se engana quem quer ser enganado!
Foto: Bruno Colaço/Record
P.S. O escrito nada tem a ver com a opinião sobre o valor dos atletas que há muito defendo deveriam ter um tratamento, enquadramento e apostas diferentes na política desportiva do Clube.
Uma eleição é uma eleição. Seja para um Clube, num contexto partidário ou empresarial, o processo é comum. Existem candidaturas, existem ideias, programas, promessas, é um período de discussão de ideias e propostas que deveriam obrigar a um período sincero e inteligente de reflexão nos eleitores.
Os tempos de hoje são diferentes. Existem muitos veículos de comunicação, que permitem focar e dirigir a comunicação para targets bem identificados, ou para avaliar deficiências e necessidades. As redes sociais, fenómeno mais recente no veículo de comunicar, é amplamente utilizado para medir notoriedade, para aferir necessidades e para compreender fraquezas.
As redes sociais não são um bom veículo de campanha? Não serei assim tão radical a esse ponto, até porque as estratégias de disseminação de mensagem devem compreender uma visão global e não de intervenção reduzida ou local.
Avaliando as duas candidaturas até agora apresentadas aos Sócios do Sporting, não posso deixar de revelar a minha frustração e até vergonha.
Péssimas campanhas, amadoras, sem princípios, sem estratégias, sem focos de mensagem e de ideias, uma amálgama de lugares comuns que só provocam um maior afastamento das urnas.
E este afastamento das urnas até pode ser estratégico, Bruno de Carvalho muito ganhará com este desnorte, pois tem os seus fieis apoiantes bem identificados e fidelizados. Já Pedro Madeira Rodrigues continua a insistir em erros sucessivos e num silêncio ensurdecedor de quem tanto o quer e desespera ouvir revelar projetos, ideias, pessoas….
Pedro Madeira tem que compreender que uma candidatura não é uma simples aposta. Uma candidatura é um projeto que tem de se explicar por si só. Tem que ter uma equipa forte, tem que compreender os tempos de comunicação e tem que ter uma dinâmica de mensagens bem estratificada e ponderada, para não cair no esquecimento ou perder oportunidades de “evangelizar” quem está no limbo. O tempo de comunicação atualmente é “fast food”. Ou se aproveita a maré, ou se fica em terra para sempre a ver o navio afastar-se no horizonte.
E é neste limbo de duvidas que está uma grande maioria de Sportinguistas. Muitos são os Sócios que querem mudar o Rumo do Sporting. Que não se identificam com o presente. Mas que mensagens de esperança são dadas a esta gente? Que ideias? Que processos de mudança?
Guy Debord, na sua obra, A Sociedade do Espetáculo, explicou-nos que a “plateia” prefere o falso ao real, que valoriza o espetáculo ao debate de ideias. Esta “plateia” exige participação mas no momento de dar um passo em frente, esconde-se e não coloca como prioritário a defesa das suas ideias.
Este Sporting de agora revela uma fragilidade gritante. Impensável que um Clube com a grandeza do Sporting Clube de Portugal possa estar a decidir o seu futuro desta forma. Com apoiantes declarados prostrados em programas de televisão a fazer uma triste figura na defesa da honra de um Deus Menor, como Pina, José Eduardo ou Dias Ferreira. Bem como, o insistir no ruído de Severino, que verdade seja dita, ganharia muito em se afastar deste fenómeno. Como bem disse Sérgio Abrantes Mendes, há um tempo na nossa vida para estas candidaturas, e a de Severino nunca chegou, não adianta insistir.
O Sporting tem audiência, tem leitores e tem ouvintes, tem internautas e tem gente que está presente em Núcleos. O que têm feito estes nossos ilustres candidatos? Pouco, muito pouco! Este clima de ofensa, que tem prejudicado Pedro Madeira, pois está sozinho nesta luta e Bruno tem um conjunto de irrascíveis defensores a fazer a sua guarda, não ajuda o Sporting, não apresenta qualquer eco de mudança de ou novidade.
E é este o termo fundamental destas eleições. A NOVIDADE. Que apareça gente nova, mas gente com conhecimento. Que apareçam projetos sustentados e bem fundamentos, que se façam programas que não passem autênticos atestados de incompetência aos Sócios e Adeptos. O Sporting é um Clube centenário, como tal merece uma Campanha sóbria, sem caças às Bruxas e sem ataques pessoais.
A politização do Sporting, ou o colocar os interesses pessoais à frente do Clube levam a estes atos de desespero. O Sporting caminha a passos largos para um período de fraqueza e fome extrema.
Queremos novidades, ideias, criatividade e caminhos sérios para me obrigarem a ir votar, a decidir de consciência.
Enquanto se decidir por A em detrimento de B por uma razão de avaliação pessoal e não de capacidade de gestão, o Sporting nunca deixará de ser uma feira de vaidades sem eira nem beira, onde todos se valorizam e garantem espaço mediático para os seus próprios negócios.
Este Sporting precisa de uma rutura. E muito rápido. Nunca na nossa história vivemos esta descaracterização de forma tão assumida e colocada em prática. Ouvir ontem José Eduardo em debate com Pedro Madeira Rodrigues é compreender a total falência e ausência de valores. O interesse pessoal, o interesse dos negócios, o mesmo José Eduardo que esteve na defesa de todos os Presidentes que até hoje estiveram no poder.
Acorda Sporting, acordem candidatos, o Sporting e os Seus merecem muito mais.
José Eduardo (Zé dos tachos ou ZT), continua a fazer aquilo que mais sabe. Ser um ser muito pequenino e a servir de caixa de ressonância do dono.(Azevedo de Carvalho)
Hoje, para além da completa falta de educação demonstrada mas já habitual, fez o papel de inquisidor mandado pelo Azevedo de Carvalho. A culpa não foi só dele, foi também da TVI que permite-se a ter um moderador que não faz o seu papel. A culpa também é da comunicação de Pedro Madeira Rodrigues, que permite a aparição em programas que quem grita mais é quem ganha. Pedro Madeira Rodrigues não é do campeonato dos "paineleiros" nem dos cães de fila como ZT.
ZT ainda vai ter muito que explicar, inclusive quanto levava por cabeça ao Clube por cada lanche entre direcções em Alvalade. Ainda terá de explicar quanto custou o camião/cozinha pago pelo Sporting. Ainda vai ter de explicar quanto quis receber para sair do Clube, quando quiseram a rescisão do contrato com a sua empresa de croquetes.
ZT é o típico situacionista que tem vindo a mamar da teta do Clube há uma série de anos. Está bem com todos, menos com aquele que quis correr com ele e ao qual pediu uma verba avultada para sair.
ZT é o megafone de Azevedo de Carvalho, tal como foi no caso de Marco Silva. É alguém sem espinha.
Como jogador foi um trauliteiro "quebra pernas" que jogava de ligaduras nos pulsos, armado em craque que nunca foi.
ZT já passou por uma série de televisões, tendo saído de todas com o chamado "rabo entre as pernas". Como comentador é tão bom como foi como jogador, banal. Só mesmo um fornecedor de canapés pode ter acesso aos canais de comunicação. A culpa não é dele. É de quem lhe dá trela.
SL
Joga-se neste momento um peculiar jogo da culpa no Sporting.
Em jeito de pescadinha de rabo na boca, num ciclo demasiadas vezes repetido, assente na sua partida numa cultura de desresponsabilização própria, o ciclo lida com os problemas e derrotas que aparecem, com a identificação dos alvos mais fáceis para deflectir a culpa, numa linha de CYA (cover you ass), deixando e contribuído para o lume da contestação orientada, até que este se extinga ou passa à categoria de fogo-lento e o ciclo se volte a repetir.
Depois dos alvos externos, os árbitros, o benfica, os jornais, etc, que já não satisfaziam nem alimentavam suficientemente o fogo que crescia, houve necessidade de encontrar os internos e neste momento, os felizes contemplados são os jogadores. Serão culpados, sem dúvida. Mas dificilmente os reais e muito menos únicos responsáveis pelo que se está a passar.
Em regra, numa estrutura de trabalho alargada, existe uma hierarquia. No futebol, esta hierarquia começa na administração no topo, passa pelos treinadores e desagua nos jogadores. Este triângulo de forças e responsabilidades, quer-se solidário e razoavelmente equilátero. Mas neste momento no Sporting, em virtude de uma ligação simbiótica desequilibrada entre administração e treinador este triângulo deforma-se ao ponto de formar apenas uma linha com estes dum lado e jogadores do outro.
A administração depois de ter tentado o treinador como alvo, vendo os problemas que daí decorreriam, assumindo a sua intrínseca subjugação aos interesses e caprichos deste, condicionada e completamente nas mãos deste, numa tentativa clara de sobreviver, mais a mais em modo eleitoral, promove este novo alvo convocando e arregimentando as tropas para o trabalho.
Mas isto quebra completamente as relações de solidariedade e respeito, e os jogadores, podendo nem todos ser uns primores de inteligência funcional não são burros e muito menos estúpidos. Os jogadores vêm-se desprotegidos e atacados e percebem também que a culpa não é nem pode ser exclusivamente deles. Percebem que não é da responsabilidade exclusiva sua que estão de rastos fisicamente, que olham para o lado e não vêm alternativas, que jogam como jogam sem que tacticamente haja intervenção, que cumprindo as ordens do treinador continuam a falhar, etc
E aqui o problema, voltando ao inicio, ao ciclo do jogo da culpa, será a entrada em loop acelerado do mesmo sem que sequer se passe pela fase da extinção ou diminuição do fogo, entrando numa sobre-alimentação o que já neste momento lhes queima os pése que tem consequencias facilmente previsiveis.
Ontem, pelas 9.00 da manhã, Azevedo de Carvalho anuncia a adesão, presume-se voluntária, de Jorge Jesus à comissão pela sua honra.
Madeira Rodrigues, 10 horas depois, toma a única atitude que alguém com princípios podia tomar, afirmando que Jorge Jesus, não será o seu treinador.
Jorge Jesus é um funcionário do Clube. Azevedo de Carvalho o seu presidente. O simples convite deste âmbito a um funcionário em exercício de funções já é algo que eticamente deixa as mais profundas dúvidas e questões. Mesmo considerando o entendimento que existe do Clube neste momento como uma quinta de Azevedo de Carvalho.
O que aconteceria se tivesse acontecido ao contrário? Ou que Patrício, Adrien ou William o tivessem feito? Que oceanos de tinta correriam e que bytes e bytes de facebook seriam consumidos para censurar a atitude. Aqui a atitude censurável é de quem convida e de quem aceita. Não de quem assume a rotura perante as opções de outros.
A aceitação sinaliza uma opção. Obviamente. Uma opção por uma das partes. E isso tem consequências. No mínimo que a outra parte se sinta desobrigada a considera-lo para o futuro que planeia.
Não existindo uma obrigação formal, existe a obrigação moral de uma separação de campos e isenção pública nesta luta por parte dos assalariados do Clube. Como deveria existir o bom senso por parte de quem manda de não os colocar estes nesta situação. Mas como se cede sempre às pressões eleitorais...
E foi exactamente isto que Madeira Rodrigues não fez. Tomou uma atitude de princípios. A única que poderia tomar. Uma que é, em termos eleitorais, arriscada e que poderá ter consequências ainda a perceber. Mas tomou-a. Não navegou na paz podre como aconteceu em 2013 com Jesualdo.
Afirmou que o principio se sobrepunha à intenção. Que se na 5ª afirmava que Jorge Jesus seria o treinador, mas não nos esqueçamos nem subvertamos a história, condicionando-o à aceitação de mudanças na estratégia e política desportiva, neste momento não poderia manter essa intenção. Por convicção.
Poderá ficar agora o problema da indemnização. Madeira Rodrigues, admito com alguma inocência, considera que Jorge Jesus tirará ilações e se comportará com honra. Poderá ser, embora olhando para o historial e o comunicado pelo treinador, me parece improvável. Mas importa não esquecer que este problema, nesta extensão, existe apenas e só porque um Presidente, que agora acumula com o ser candidato, em desespero, e ao ver a sua ambição a esfumar-se com o potencial afastamento do treinador, a 9 meses de eleições, faltando 2/3 do contrato vigente por cumprir, fez uma renovação do mesmo com estas clausulas e por estes valores, bem além do seu mandato. Uma renovação que acrescenta remuneração ao já de si leonino contrato em vigor, com clausulas que tudo protegem um dos outorgantes e tudo fragilizam o outro. E o protegido não é o Clube.
Azevedo de Carvalho e Jorge Jesus estão ligados. Simbioticamente ligados. Não há outra maneira de o considerar. E estarão até ao fim. E isto não deixa de tornar mais interessante o spinning que desde ontem é feito entre aqueles que tentavam criar condições para a saída do treinador com objectivos puramente eleitorais.
Noutra leitura diria que, para "tenrinho" não está mal...
O presidente anunciou que o plantel da equipa A de futebol vai emagrecer. É algo, mais que necessário, óbvio que teria que acontecer. Chegar a Janeiro, afastado de todas as competições (convenhamos que o campeonato pouco mais é que um wishfull thinking e um "one in a million shot") com um plantel de 28 jogadores é algo pouco razoável e ainda menos justificável.
Mas, inesperadamente (ou não), os nomes apontados para esta lipoaspiração, são quase todos, nem mais nem menos que as apostas mais recentes. Aquelas em quem se investiu mais, aquelas que contribuíram decisivamente para os custos da estrutura disparassem para para valores nunca vistos na história do Clube.
A justificação que foi sendo narrada, passava pela importância de ter alternativas que garantissem rotatividade com alguma qualidade na abordagem às várias e exigentes competições que se afirmou "serem todas para ganhar".
Ora acontece que esses nomes nunca foram utilizados com esses propósitos. Douglas tem 675 minutos de competição. Petrovic, 138. Paulista, 24. Meli, 16. Elias, 679, Markovic, 610. André, 530 e Luc Castaignos, 405. Mesmo com lesões pelo meio, muito, mas mesmo muito pouco para o propósito anunciado.
Ora acontece também que só nestes jogadores está empatado um valor perto de €11.4M em custo de aquisição e comissões, sem considerar sequer os custos do empréstimo de Markovic, os prémios de assinatura ou os salários de todos. Facilmente esta "aposta" custou à SAD algo a rondar os €18M.
E também acontece que estes, caso não sejam cedidos a titulo definitivo acrescentarão aos aos €15.2M de investimentos feitos ao longo de 4 épocas empatados em empréstimos a outros clubes. Um eventual total de €26.6M. As dietas do Tallon serão consideravelmente mais economicas, espera-se.
E ainda mais acontece que a sua esmagadora maioria não justifica o investimento e acaba por prejudicar e impedir o crescimento e afirmação do verdadeiro investimento a "custo zero" que são os formados no Clube. Seguramente Oliveira, Palhinha, Geraldes, Iuri, Podence, Mané entre outros tantos (e do plantel Matheus caso não fosse constantemente relegado para última alternativa) contribuiriam muito mais a equipa que esta "miríade de estrelas de faiança".
Agregado a este emagrecimento no entanto, vem outro factor, de cariz claramente populista e propagandista, que promove a ideia do regresso de alguns jovens emprestados (e espero sinceramente que se fique apenas pelo Palhinha), que mais uma vez lhes prejudicará o desenvolvimento ao cortar-lhes um percurso de crescimento e afirmação nas suas equipas e na sua carreira trazendo-os para serem, equipa de treino dos titulares e pouco mais.
É que formação não é isto. Como não é leva-los para a pré-temporada enquanto se contratam contentores de jogadores (quer para a equipa A, quer para a equipa B - 27 jogadores ao todo nesta época).
Foi no dia de ontem, que se começaram a saber as ideias dos candidatos para o Sporting nos próximos 4 anos.
Madeira Rodrigues, apresentou pessoal e formalmente programa e equipa, conforme já há muito tinha anunciado, no auditório Artur Agostinho, perante quem o quis ouvir, com (quase) transmissão na televisão do Clube.
Azevedo de Carvalho, em antecipação, plantou o programa no jornal Record que muito simpaticamente o foi reproduzindo repartido em episódios (no grupo Cofina continuam uns porreiraços), e publicando-o no site de campanha com menções no facebook (sempre o facebook). Forma aliás idêntica à assumida para apresentação de candidatura, comissão, equipa etc. Aparentemente o candidato assume o facebook como sendo o Clube.
Ambos os programas têm ideias inegavelmente interessantes e outras de menor relevo ou até desinteressantes para a realidade do Clube. A espaços parecem um pouco um elencar avulso de medidas a carecer de estruturação e fundamentação, sendo que ambos os programas chegam a coincidir em alguns pontos.
Acontece que o programa de Azevedo de Carvalho é em grande medida a remodelação estética do apresentado em 2013. O mesmo que foi fortemente ignorado na 2ª metade do mandato, carecendo assim de credibilidade (sim, esta palavra outra vez) nesta apresentação requentada. Retirando as medidas equivalentes ao afirmar-se que se vai vestir um casaco depois de o ter adquirido, muitas medidas, intenções, ideias são na realidade total ou parcialmente plasmadas das anteriormente apresentadas sem que as mesmas tenham produzido qualquer resultado.
O “A voz aos sócios”, o “Tratamento igualitário”, a “Comunicação a uma só voz”, a “Formação como aposta”, a “Sustentabilidade das modalidades” (e aqui quase ma apetecia colocar em duplas aspas), o “naming do estádio e academia” entre muitas outras são algo que já tinha sido proposto em 2013 e que a todos se tornará evidente o que valeram neste mandato. São propósitos dignos, nobres e justos, mas às quais falta a prática que as sustente nestes 4 anos. Algo que o “eu, quero, eu decido, eu mando” dificilmente acederá por ser em si mesmo o verdadeiro programa deste candidato.
Do outro lado entre algumas medidas demasiado desgarradas e a carecerem outras consolidações, princípios orientadores absolutamente essenciais para a recuperação do Clube enquanto instituição de respeito Nacional, a afirmação do propósito de pacificação interna do Clube, ideias e propostas organizativas que originem o regularizar de relacionamentos e linhas de acção e conduta transversais, forte menção ao equilíbrio, rigor e transparência, propostas de reais de estratificação mais completa de sócios com benefícios precisos para determinados grupos e um aceitar do papel do Clube no contexto não só desportivo mas também socio-económico mais abrangente, com uma proposta absolutamente fundamental da revisão do sistema fiscal aplicado aos desportistas que é factor diferenciado fortemente negativo para a competitividade do desporto nacional.
Nenhum dos programas me satisfaz na plenitude. Isso aconteceria sempre e é normal. Ambos têm coisas que me agradam bastante. Mas, avaliando a praxis da execução do proposto em 2013, tenho muitas dificuldades em levá-lo a sério.
P.S. Algo de somenos, mas sintomático. Registo a diferença de opções gráficas e de apresentação de ambos os programas, evidente logo no frontispício dos mesmos onde fielmente se identifica a submissão do comum ao pessoal, do Clube ao candidato, sendo que quem evita essa abordagem até seria quem mais necessidade teria de ganhar notoriedade na sua imagem.