Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ontem, após a publicação de uma lista de jogadores que entraram no Clube desde 2013 no post "Centésimo primeiro" verifiquei em muitas páginas e blogs alinhados um enorme desconforto com a mesma.
Como habitualmente, recorreram ao insulto gratuito, baixo e reles a roçar o lampiânico (como agora gostam de dizer), inclusive numa imagem que depois apagaram por razões que desconheço, mas sem rebaterem verdadeiramente o numero, antes optando por ginásticas criativas para os justificar. Ao melhor estilo de outros tempos. O que aliás me trouxe à memória o post "Lambuças" (como me lembrou igualmente a expressão entretanto lida de "lampinguistas" que tão bem os identifica). A isto juntem-se ameaças veladas a tudo e todos que ousem questionar.
Pessoalmente, os insultos ignoro-os. Não por uma questão de superioridade, que não reconheço em mim, mas por uma questão de educação e por prática do lema "Nunca discutas com um idiota. Ele arrasta-te até ao nível dele, e depois vence-te em experiência".
O que me custa (embora entenda a dificuldade cognitiva) é a incapacidade de i) entender o que está escrito e perceber que existe um universo de distancia entre o que está mesmo escrito e o que cada um dos incomodados quer ler e ii) produzir um pensamento critico que rebata ou contrarie, o que, admito, seria difícil pois trata-se de factos.
Ainda assim, das considerações que faço após a lista, aceito sem dificuldades que muitos discordem. Seja por convicção pessoal, seja por ressonância superior. Discordando, poderiam dizer que acham que não foram assim tantos, que a maioria até são bons, que alguns têm futuro e os outros tiveram azar.
Agora ler contratações onde escrevi entradas nos quadros já é um bocado iliteracia. Ou ignorar que escrevi que a lista poderia não ser absolutamente precisa por falta de informação fiável, podendo até pecar por escassa pela dificuldade de registar as entradas nos escalões mais baixos. Ou convenientemente esquecer que estamos num período de inicio de época com o mercado aberto que a todo o momento poderá tornar a lista desactualizada. Ou até falhar em perceber o elefante na sala que é o numero em si.
Ainda assim, dado que alguns escalões causaram grande comichão, faço a vontade. Retiro os escalões mais baixos de formação (sim que não aceito que se considerem os S19 como apostas formativas puras...) e com que números fico? 85. "Só" oitenta e cinco jogadores em 3 equipas e 3 anos e meio (o período de transferências de verão ainda não acabou e o de inverno ainda vem longe). 87 jogadores, dos quais 34 já não fazem parte dos nossos quadros.
Foram 37 jogadores contratados para uma equipa A, num clube gerido por um programa que afirmava o "Aproveitamento dos quadros pertencentes ao Sporting", "A formação como aposta base da política desportiva", um "Plantel principal com 20 jogadores" ou a entrada de "Jogadores estrangeiros não adaptados ao futebol português apenas se forem mais-valias claras"
Mas pior que isso, 48 jogadores para a equipa B e S19 são ainda mais incompreensíveis nos pressupostos acima transcritos. Foram 48 jogadores que ocuparam posições de jovens da formação. Que os empurraram para empréstimos a roçar o aberrante, com devoluções pelo meio e até para a saída de muitos valores com grandes perspectivas de evolução para rivais directos e equipas em ascensão que actualmente nos mordem os calcanhares nas competições nacionais. O Belenenses, por exemplo, teve na época transacta quase meia equipa S19 formada em Alcochete.
Mas depois, à falta de argumentos para a "big picture", viram agulha para o detalhe.
Que o Martunis não podia estar na lista. Pois bem, o Martunis foi apresentado a 1 de Junho de 2013 como atleta do Clube. Foi assim que a sua televisão oficial o identificou. Como também é esclarecedora uma entrevista ao Jornal que tem excertos no site do Clube em que afirma "o desejo de rumar a Portugal para perseguir o sonho de jogar futebol" e que “Estou muito feliz, porque o Sporting CP deu-me a oportunidade de cumprir o meu sonho. Eu amo o Sporting CP e há muito tempo que queria jogar futebol na Academia."
Ou que o Betinho não podia estar na lista pois tinha sido formado em Alcochete. Pois foi. Só que foi transferido para o Belenenses em Agosto de 2015 tendo regressado por empréstimo no mercado de inverno do mesmo ano
Ou, que bastaria uma destas contratações ser vendida por um valor substancial, para tudo estar equilibrado. A isso digo, que se comprar por atacado na esperança que um vingue e seja mais-valia é sinal de gestão de excelência, vou ali ao café comprar raspadinhas. Alguma há de ter dinheiro.
E já nem falo das referencias aos "Pongolles" que são invariavelmente utilizadas como termo de comparação e justificação sem perceber que a utilização de tão baixo "benchmark" só menoriza a acção desta administração que tão ufana e religiosamente desejam defender.
É que eu, ao contrário da maior parte destes ecoantes que falham sequer a perceber que a maior parte do dinheiro entrado na SAD pela venda de activos deriva de jogadores que já cá estavam antes de 2013 ou até que os mais apetecíveis neste momento estão na mesma exacta situação, reconheço, neste campo, algumas boas apostas, com possibilidade de mais-valias futuras (ou até já obtidas) sejam elas financeiras ou desportivas, como sejam Slimani (provavelmente o caso mais paradigmático) ou como também o foram ou poderão vir a ser Montero, Jefferson, Paulo Oliveira, Bryan e Alan Ruyz, bem como alguns outros que agora estão na B e S19.
Ontem, com a apresentação para a equipa B, de Budag Nasyrov, um médio centro azeri, de 20 anos e 170 cm de altura, contratado ao 6º classificado do campeonato do Azerbeijão, onde jogou na época passada, por empréstimo, no penúltimo classificado, aparentemente com um objectivo mais comercial, de cativar "investimento" daquela origem, que ser uma mais-valia desportiva, assinala-se a ultrapassagem da barreira da centena de jogadores que entraram nos quadros do Clube desde que esta administração assumiu os destinos da SAD.
Este numero é, sob qualquer leitura significativo. Poderá não ser absolutamente preciso, pois a informação fiável escasseia, e até poderá pecar por defeito, nomeadamente pela dificuldade de registar as entradas nos escalões mais baixos. Como a listagem poderá rapidamente ficar desactualizada neste período de pré-época e mercado aberto. Mas a listagem é impressionante:
[nota: à frente do nome dos jogadores, ente parentesis a sua situação: A, B, S19 e seguintes - Equipa onde estão actualmente inseridos; E - Empréstimo e S - Sem relação contratual com o Clube]
2013 (25)
A - Jefferson (A), Islam Slimani (A), Heldon (E), Maurício (S), Vítor Silva (S), Gérson Magrão (S), Welder (S), Shikabala (S), Fredy Montero (S), Salim Cissé (S)
B - Samba (E), Matías Pérez (S), Hugo Sousa (S), Lewis Enoh (S), Ousmane Dramé (S), Everton Tiziu (S)
S19 - Mama Baldé (B)
S17 - Ronaldo Tavares (B), André Serra (S)
S16 - Diogo Sousa (S19), Paulo Lima (S19), Jefferson Encada (S19), Janilson Fernandes (S), Tiago Palancha (S)
S15 - Tiago Djaló (S19), Al Hassan Lamin (S)
2014 (35)
A - Paulo Oliveira (A), Junya Tanaka (E), Oriol Rosell (E), Jonathan Silva (??), André Geraldes (E), Nani (S), Naby Sarr (S), Ramy Rabia (S), Simeon Slavchev (???)
B - Hadi Sacko (E), Ryan Gauld (E), Jorge Santos (S), Jorge Silva (S)
S19 - Ivanildo Fernandes (B), Aya Diouf (S19), Luís Elói (B), Rafa Benevides (S), Olávio Gomes (S), Diogo Barbosa (S), José Correia (S), Abou Touré (S), Abdoulaye Dialló (S), Ever Peralta (S), Bruno Pais (S), Khadime Ndiaye (S), Luis Caicedo (S), Paulo Borges (S), Zhang Lingfeng (S), Rúben Varela (S), Bernardo Moura (???)
S17 - Gil Santos (S19), Jovane Cabral (S19), Sérgio Santos (S), Muhamed Djamanca (S)
S16 - David Tavares (???)
2015 (21)
A - Azbe Jug (A), João Pereira (A), Ewerton (A), Naldo (A), Schelotto (A), Marvin Zeegelaar (A), Alberto Aquilani (A), Bruno Paulista (A), Bruno César (A), Teófilo Gutiérrez (A), Bryan Ruiz (A), Michaël Ciani (S)
B - Murilo de Souza (S)
S19 - Gabriel Pajé (B), Zé Pedro Oliveira (S19), Bruno Fernandes (S19), Sérgio Félix (S19), Francisco Sousa (S), João Coelho (S), Sarbini Martunis (???)
S17 - João Pedro Ricciulli (S19)
2016 (20)
A - Sebastián Coates (A), Hernán Barcos (A), Lukas Spalvis (A), Alan Ruiz (A), Federico Ruiz (B), Radosav Petrović (A)
B - Tomás Rukas (B), Diogo Nunes (B), Eduardo Pinheiro (B), Ricardo Guimarães (B), Fidel Escobar (B), David Sualehe (B), Leonardo Ruiz (B), Budag Nasyrov (B), Betinho (S)
S19 - Amânsio Canhembe (S19), Diogo Rodrigues (S19), Pedro Marques (S19)
S15 - João Domingues (S15)
Como impressionante é perceber que destes 101, 40 já saíram, 8 estão emprestados e 5 estão com situação indefinida (Cissé e Slavchev os mais relevantes).
Mais de metade.
Ou perceber que os valores de venda destes 40 terão produzido encaixes de pouco mais de €9M.
Ou perceber que os valores de venda de apenas seis jogadores que estavam no Clube antes de 2013, terá rendido perto de €45M
Ou perceber que as mais valias expectáveis nos quadros actuais pendem muito mais par ao lado dos que já cá estavam que para o lado dos que entraram desde 2013
Ou perceber que os valores de compra desta centena de jogadores, do que se consegue apurar, andarão perto dos €40M.
Ou perceber que entraram 28 S19, dos quais 17 já não farão neste momento parte dos quadros do Clube e que o mesmo numero deles, não terá feito mais que uma época (ou nem isso) ao serviço do Clube.
Ou perceber que, num clube formador, entraram 20 jogadores para a equipa B, havendo outros que tendo indo para a A também acabaram por fazer na equipa secundária a seu trajecto desportivo no Clube.
Ou perceber que os jogadores que foram e são lidos como potenciais mais-valias, são jogadores verdadeiramente formados no Clube desde escalões etários baixos.
Ou perceber que destes 20, 9 já não fazem parte dos quadros do Clube.
Ou perceber que destes 101, uma esmagadora maioria terão tido a responsabilidade directa na sua entrada, mais da administração que dos departamentos técnicos das várias equipas.
Ou perceber que há jogadores fantasma que entraram e sairam quase sem se dar por eles, com o caso mais paradigmátio a ser provavelmente o Everton Tiziu, que chegou a ter o seu nome na listagem parae estampagem de camisolas na loja verde e hoje joga aparentemente no Ivinhema do campeonato regional de Mato-Grosso do Sul.
Ou perceber que a alegação de serem baratinhos ou de "custo zero" é uma enorme falácia, pois todos tiveram custos efectivos e pior, custos derivados, ao impedirem a progressão natural dos formados, levando inclusive a uma debandada de jogadores nos escalões de formação que acabaram por reforçar rivais directos e clubes em ascensão.
Perceber no fundo que a gestão de excelencia apregoada, carece de ser provada e que o tecido que a veste tem muitos buracos.
P.S. Entretanto, o director da comunicação facebook preocupa-se com as vendas e compras do rival, como se fosse esse o seu Clube...
Sei perfeitamente que este descalabro é transversalmente nacional e também que atravessa as mais variadas modalidades. Mas também sei que de todos os clubes competidores nacionais, o Sporting será aquele que mais reclama a bandeira da formação.
Mas a verdade nua e crua, é que, já vindo de há um par de anos esta opção, nesta época que entra, teremos muitas dificuldades em assumir como nossa, em regime de quase exclusividade essa virtude.
Na realidade, nunca como antes teremos tido planteis tão afastados desse ADN que constantemente referimos.
No Andebol, num plantel sénior de 16 elementos, teremos 3 formados pelo Clube, 2 deles S23, com 8 estrangeiros e uma média de idade de aproximadamente 28 anos.
No Hóquei, num plantel sénior de 12 elementos, teremos 1 formado pelo Clube, ele próprio S23, com 5 estrangeiros e uma média de idade de aproximadamente 27 anos.
No Futsal, num plantel sénior de 17 elementos, teremos 4 formados pelo Clube, apenas 1 deles S23, com 9 estrangeiros e uma média de idade de aproximadamente 29 anos.
Importa, antes de mais, questionar quem tem obrigação de defender a evolução das respectivas modalidades, da competitividade e rendimento das selecções nacionais e do jogador seleccionável, porque insiste em assobiar para o lado como se nada fosse, contribuindo para matar as legitimas aspirações dos jovens praticantes.
Mas importa também perceber e questionar, o porquê do Clube que se afirma como formador, cometer estes mesmos "pecados" desperdiçando o que forma e apostando fortemente em jogadores estrangeiros de alguma idade. A média de idade dos jogadores estrangeiros no Andebol será perto de 28 (desviada de valores mais altos por dois jogadores S23), no hóquei perto de 30 anos (amenizada por um jogador de 19 anos) e no futsal passa dos 30 (com apenas dois jogadores abaixo dos 30).
Isto num ano de orçamento de valores recorde, em que um bom planeamento não trairia as ambições desportivas e dotaria o Clube de meios humanos para encarar o futuro (e os regulamentos) a médio prazo de maneira confiante. Assim, com jogadores, alguns deles já com poucos anos a dar ao Clube em regime de capacidade total, a cada ano, ou numa leitura mais optimista, a cada biénio, o investimento terá que se repetir. O que dificilmente será sustentável.
Isto por sua vez faz também com que o Clube despreze quer os valores que forma, quer os outros formados nacionais com um futuro interessante, deixando-os à mercê de outras opções, colocando-lhes na balança, na hora da opção, o peso da dúvida de perceber se o Sporting ainda será mesmo o melhor meio para evoluírem e se tornarem atletas de topo.
A vertigem da vitória imediata com tonalidades de campanha eleitoral não pode explicar tudo e seguramente não será rumo sustentado para o ecletismo do Clube.
P.S. Entretando acaba se ser anunciada a contratação de um jovem campeão europeu de Hóquei, na mesma noticia onde é informado o seu empréstimo a uma equipa espanhola. Confuso? Seguramente. Surpreendente? Já pouco me surpreende...
Há no Mundo um movimento de mudança geral de paradigma no relacionamento entre pessoas e empresas e na maneira como estas se organizam para esta transformação e evolução, no que poderá ser um marco ao nível de uma revolução industrial.
Mesmo com muita resistência, e com enormes convulsões sociais provocadas pelos que mais vêm atacado o seu status quo, esta mudança acontecerá, e quanto mais cedo as empresas o entenderem, interiorizarem a aplicarem as devidas correcções, mais depressa retirarão dessa mudança os benefícios.
Esta mudança assenta na ideia de uma transformação cultural e estratégica que as torne mais aptas, humanizadas e singulares, respondendo melhor às solicitações e apresentando melhores resultados no final. Esta mudança assenta no foco nas pessoas, quer as que agora simplesmente operam as ordens, quer aquelas que não passam de valores de balanço aos olhos das administrações.
É o ter vs. o ser; onde a posse e a pose se sobrepõe aos princípios e valores imateriais.
O ganho vs. o ganhamos; onde o sujeito da frase se glorifica e valoriza menorizando os que o sustentam.
O falar vs. ouvir; onde a comunicação apenas serve esses interesses, sem qualquer intenção de levar em conta o que lhe digam.
O gerir vs. o liderar; onde se manda e ordena em vez de se encorajar os outros a fazer o melhor.
A centralização hierárquica vs. rede de responsabilidade distribuída; onde toda a estrutura organizacional converge numa pessoa em vez de deslocar e partilhar autoridades.
A visão de curto prazo vs. a visão de longo prazo; onde o que conta é o resultado imediato em vez do planeamento e da sustentabilidade da organização.
O ênfase exclusivo no resultado vs. o ênfase partilhado com o caminho; onde o resultado é novamente priorizado, sem grandes preocupações morais ou éticas da forma como os mesmos se alcançam.
A rotina e razão vs. a criatividade e intuição; onde a repetição é preferida ao pensamento fora da caixa.
O foco nos produtos vs. o foco nas pessoas; onde a venda (latu senso) se sobrepõe à pessoa que o adquire e que no fim da análise é verdadeiramente o coração da actividade de qualquer empresa.
Longe de ser um especialista de gestão ou da cultura organizacional das empresas, numa leitura do frente a frente do que se podem considerar os pilares de ambos os paradigmas, o nosso Clube (diga-se de passagem como grande parte das empresas portuguesas) e acima de tudo o seu presidente serão um caso quase exemplar da aplicação do paradigma antigo. Por vezes assustador de tão enraizado funcionando nas velhas maneiras, introduzindo constantemente obstáculos ao seu próprio caminho e criando as suas próprias armadilhas.
Mais uma época começa, mais uma pré-época decorre, jogos de preparação, jogadores a retomarem a forma, novos jogadores a conhecerem o seu contexto, experiencias, índices físicos flutuantes, etc.
Nada disto é preocupante. Nem sequer as derrotas em si, ou a (má) qualidade do futebol praticado.
Mas já é mais preocupante um score de 6-14 em golos sofridos, ou perceber que as contratações cirúrgicas, estão longe de o provarem ser, ou que as alternativas não cumprem, ou que os erros e defeitos se repetem e intensificam.
E não vale a pena falar de equipas de Top (que não são) ou estado de preparação avançada (o PSV começou no mesmo dia que nós). O planeamento foi feito assim e assim terá que ser assumido. Como não vale clamar pelas ausências dos 4 campeões europeus. As ausencias não podem explicar tudo e mal de qualquer equipa que dependa exclusivamente de 4 jogadores.
É preocupante perceber que os avançados não marcam golos, que os cinco centrais presentes em estágio falham ao nível de uma divisão inferior, que os laterais tem erros infantis que só a componente física não explica, que o meio campo não existe. Já para não falar dos guarda redes...
Aliás, mesmo ficando os quatro de faltam, o que não é liquido, o que se verifica é que as suas alternativas tardam em provar que o podem efectivamente ser. Patrício não tem alternativa, William tem um Petrovic de €3M que pouco se mostra, e Adrien tem um Aquilani que já não era alternativa na época passada e João Mário não pode ter em Podence a alternativa (sob pena de queimar este). Se estes se lesionam, física ou psicologicamente, por promessas por cumprir, a equipa simplesmente não existe.
Depois é preocupante a narrativa desculpabilizante, que chama ao jogo com o PSV "um bom treino", ou que assume a normalidade da derrota. Aliás essa conversa da "normalidade" contagia os próprios adeptos que após um 0-5 se mantêm felizes e contentes já a garantir vitórias finais no campeonato e a cantar cânticos contra um rival...
Como é preocupante a dicotomia entre a aposta que se quer demonstrar na formação com claros excessos no que se acredita já ter e ainda mais no que se julga estar para aparecer e a forma como estes vão sendo queimados ao serem lançados assim.
Ou como ainda é mais preocupante a desorientação emocional que leva um experiente jogador ser expulso a meio da 1ª parte com quem devia dar o exemplo de cima a fazer ainda pior e a comportar-se como um presidente das distritais nos anos 80, a falar boçal e arrogantemente para quem dirige o jogo, chegando ao ridículo de ameaçar a retirada da equipa do jogo.
Os emigrantes, cuja presença foi tão elogiada, mereciam claramente mais respeito. Como merecia a reputação e prestigio do Clube.
E na realidade, faltam 26 dias para o 1º jogo a sério.
P.S. 1 Corre a teoria que este descalabro que se assistiu neste estágio mais não é que uma estratégia do treinador para fazer a SAD abrir os cordões à bolsa e adquirir mais uma série de jogadores...Nem quero sequer colocar a hipótese de isto ser remotamente verídico.
P.S. 2 Morreu Matos de Oliveira, grande responsável pela Ginástica do Sporting durante o mandato de João Rocha, período onde esta teve um dos crescimentos mais notáveis tendo atingido os sete mil praticantes. Faleceu anteontem deixando o Sporting mais pobre. Da parte do Clube nem uma linha até ao momento.
[Foto: Fernando Ferreira do Record]
A oito meses das eleições, e apesar do crescendo número de vozes insatisfeitas, a oposição ao actual regime "carvalhista" continua escondida e na sombra.
Longe de mim dizer que o número de insatisfeitos é suficiente para um projecto alternativo vencedor em Março de 2017. Infelizmente, e como sempre, são os resultados desportivos a ditar a sorte ou o azar do caminho que o Clube deve trilhar.
No meu último post falei sobre a comunicação "pimba" que Azevedo de Carvalho tem em manter. Dá-lhe jeito. Os seus maiores apoiantes foram aqueles que suportaram o anterior regime, tendo a cada dia que passa mais benesses. Nesta altura, todos defendem o seu emprego, custe o que custar.
E é este "custe o que custar" que faz com que potenciais candidatos meditem bem, se querem ou não estar sujeitos ao jogo sujo, às ameaças, aos insultos e à devassa da vida privada.
Por outro lado, tenho para mim, que em caso de aparecer alguém com convicção forte e longe do passado recente que nos desgovernou, o caminho de Azevedo de Carvalho pode não ser um passeio. E ele sabe. E ele tem os seus peões de" brega "atentos a várias movimentações. E ele treme quando ouve alguns nomes.
Uma coisa é certa, oposição que queira ser credível aos olhos dos associados não pode estar na retranca, nem estar à espera que outro dê o primeiro passo. Não pode ser cobarde. Nas alturas difíceis se vê o amor que as pessoas têm ao Clube. Ao Azevedo de Carvalho saiu-lhe o "euromilhões" ao suceder ao segundo pior Presidente da história de um Clube centenário, mas a sorte não dura sempre, e ele sabe-o tão bem.
Para azar seu e sorte do Sporting. Felizmente os sócios do Sporting estão traumatizados com o Roquettismo, infelizmente os sócios estão a demorar a acordar para a realidade. Nem com o " tri lampiónico " abriram os olhos, nem com as constantes derrotas em tribunal, nem com o aumento do passivo do último relatório e contas, nem com o empurrar com a barriga da divida para daqui a uns anos, nem com os discursos pimbas e populistas, nem com o constante gozo a que estamos sujeitos por causa do sujeito. Nada. O Sporting não merece isto. Nem merece ter uma oposição escondida.
SL
Nuno Saraiva é Sportinguista.
Nuno Saraiva é um experiente jornalista.
Nenhumas dúvidas sobre isto.
Nuno Saraiva tomou posse a um de Julho no cargo de Director de Comunicação, em substituição de Luís Bernardo que bateu com a porta farto dos dislates de Azevedo de Carvalho e foi trabalhar para o seu clube do coração, comendo de cebolada o Sporting na pessoa do seu presidente.
Não é a primeira vez que um Director de Comunicação bate com estrondo com a porta na cara de Azevedo de Carvalho. Não há quem o aguente.
Comunicar tem sido uma das piores facetas do "novo" Sporting criado em 2013. Tem sido o cancro maior, entre outros.
Esperávamos todos que o Saraiva trouxesse algo de novo, pela sua experiência, pelo seu Sportinguismo, e pelas experiências anteriores no Clube. Pelo vistos, enquanto esteve no D.N. andou distraído ou foi mal informado aquando da sua contratação.
Em quinze dias utilizou as redes sociais quase e exclusivamente para falar no rival, e/ou nos seus representantes/comentadores. Nada de novo.
Não precisávamos mais disto. Não precisávamos mais de um papagaio (animal que repete o que o dono diz). Descer ao nível do rival já o tínhamos feito há muito. Era essa a necessidade de inverter. Voltar a elevar o Sporting e o seu nome. Deixar de dar respostas a todo e qualquer gato pingado, seja Guerra, seja Gomes, seja Diamantino ou o Barbas.
Já todos sabemos que o Azevedo não vai nunca aprender a deixar de ser o "maior da rua dele". Ele acha-se graça ao espelho. Mas Saraiva, cuidado com os espelhos, não vá acontecer o que aconteceu ao ex-Director de Comunicação do rival. Foi fácil caricaturar o Mr.Burns...e olhando-se ao espelho,cuidado com o efeito boomerang.
Fica a dica.
Em matéria de comunicação, gostava de saber quais os custos já assumidos desde 2013. Onde anda o Diogo André e a sua secretária? O que faz novamente Bruno Roseiro nos conteúdos depois de corrido do Jornal? O que faz Quintela para além de editoriais ridiculos de bajulação ao dono? Quanto custa esta gente toda?
Saraiva, entretenha-se a explicar aos sócios o que faz Inácio, Virgilio que já foi corrido e substuido pelo Guilherme Pinheiro e pelo ex-apontador de estatisticas da secção de basquetebol? Quanto custa esta gente toda, Saraiva? Largue lá a merda do Benfica!
Um emprego é um emprego, mas não se sujeite ao ridiculo. faça-se um Homem e assuma a Comunicação! Não seja mais uma caixa de ressonância!
Tenha vergonha, logo desde o inicio e que consiga manter o emprego até às rabanadas...
SL
Muito gostamos de dizer isto. Seja no futebol, seja Futsal, seja onde for.
Até acabamos com uma equipa sénior de basquete feminino que servia de ancora e onde tínhamos algumas responsabilidades assumidas, no pressuposto da focalização da acção da secção da modalidade passar a ser apenas a formação, em crescendo etário até ser possível fazer equipas de seniores para competir, sendo que estas, daqui a dois ou três anos, voltarão a jogar no escalão mais baixo e num contexto competitivo mais desfavorável e porventura frustrante.
Exactamente o mesmo se fez do Rugby. Curiosamente, duas modalidades que vinham de antes de 2013, sendo que qualquer uma delas apresentou resultados que foram festejados por este Conselho Directivo.
Exactamente ao contrário fez-se no Hóquei, passando apenas os seniores para o Clube em 2014, mantendo a formação na secção autónoma, sendo que neste momento, nem se percebe ao certo quem é quem no contexto do hóquei. Agora, contratam-se 3 S17, 6 S15 e 3 S13, fala-se de uma equipa B e continuam-se a contratar jogadores "experientes" de idade avançada para os seniores. Isto não é fazer formação. É tentar comprar o sucesso imediato.
Idem no Ciclismo, que mais não é que uma parceria de sponsoring ou no recém criado Futebol Feminino, que de formação tem zero!
Já no Andebol, depois de uma época transversalmente devastadora, o que se verifica é a contratação de 7 jogadores estrangeiros, de valia inquestionável, mas que dificilmente se enquadrará num paradigma afirmado de formação. Enquanto isso, continuarão as famílias dos atletas da formação a suportar parte assinalável dos custos do seu funcionamento?
No Futsal, problemas regulamentares à parte, enquanto se contratam jogadores de 27, 29 e 33 anos e renovam com jogadores com mais de 30 anos, perdem-se atletas formados (já sei, a culpa é deles, os ingratos) para o rival ou dão-se a uma equipa em ascensão que já nos morde os calcanhares. O último foi Afonso Jesus, que até há pouco era considerado o mais talentoso futsalista na formação, com várias presenças este ano na equipa principal. E se calhar o próximo será o Ludgero Lopes, apenas e só o mais promissor pivot da sua geração (e arrisco, de muitas outras...)
A politica desportiva (?) imposta a partir de cima, obriga ao sucesso imediato. E ao sucesso europeu, numa megalomania donde se quer retirar dividendos imediatos, mas que terá consequencias a prazo. E este sucesso imediato, implica "torrar" dinheiro. Fazer aquilo que há pouco mais de dois anos acusávamos os rivais de fazer, criticando-os. E este "torrar" é substancial. São €6.5M, mais 71% que no orçamento anterior, num documento que prevê um resultado liquido de 1000€ (o do ano passado previa €1.1M) o que só por si demonstra o risco que se corre.
Entendo que os treinadores fiquem entusiasmados com essa possibilidade. Entendo que o Nuno Dias fique encantado com a possibilidade de ser Campeão Europeu, ou que Zupo (que exemplo de meritocracia...) também o fique com a possibilidade de ganhar a Challange e limpar, finalmente, as competições nacionais. Como entendo que eles considerem que dificilmente isso possa acontecer num contexto da presença da formação nas suas equipas. Já não entendo que quem tem obrigação de ver e planear a médio prazo e zelar pela sustentabilidade das modalidades o aceite de bom grado. E afirmo já: Eventuais falhanços desportivos serão muito perto de inaceitáveis e ainda mais difíceis de explicar...nem com factores externos como a acção dos árbitros ou outros.
Não critico, ainda assim, o incremento orçamental. Critico fortemente a maneira como se gasta este dinheiro e o risco que este desperdício (sim, mantendo-se esta linha é isto que eu considero que se está a fazer) poderá acarretar nos orçamentos sequentes e no futuro sustentado (palavra que até há pouco fazia parte intrínseca da narrativa oficial e que aparentemente desapareceu) do Clube e das suas modalidades.
Não são daqui, não são dali, são 1 de 11 milhões, são de Portugal. Os do futebol, os do atletismo, todos!
Muito se tem falado de Renato Sanches. Uns porque o querem continuar a valorizar, outros, por falta de critério e elevação profissional.
E é sobre estes, os que não têm critério, que vou focar o meu texto de hoje.
O que interessa ao Sporting Renato Sanches? Que interesse teve o Presidente em tantos ataques, insinuações e outros golpes baixos em relação a um jovem?
A resposta é complicada, e se pensarmos emocionalmente sem ponto de racionalidade, podemos chegar à conclusão que não passa de ruído sónico para ocultar problemas dentro da nossa casa e em especial na nossa casa em Alcochete.
O Sporting deveria pronunciar-se sobre Renato. Deveria ter uma opinião, mas num sentido pedagógico e de responsabilidade. Pedagógico pois estamos a falar de um jovem, como muitos que temos dentro de casa. Responsabilidade porque a temos e muito com muitos jovens que estamos a formar e ambicionamos para tantos o mesmo ou mais sucesso que Renato já alcançou ou vai ainda alcançar.
O Sporting deveria criticar o excesso de informação desmedida em relação a Renato. Tanta foi a pressão colocada num jovem por comentadores, jornalistas e capas de jornais, que se prejudica ou prejudicou mais o atleta que o ajudou. O Sporting deveria ter uma palavra neste caminho, criticar o "transcender” de qualidades de um atleta que não é ainda um jogador de futebol de corpo inteiro.
O Sporting deveria ter uma palavra contra estas jogadas de empresários, aqui sim, que envolvem agentes, pressionam familiares e amigos, ficando o Clube sempre refém dos milhões que são apresentados.
O Sporting deveria ter uma palavra sobre a pedagogia e formação de homens, afirmar que toda a campanha Renato não faz sentido, que não querem este modus operandi no futuro para os nossos formandos.
O Sporting não optou por este caminho, e se o tivesse seguido, teria alcançado um maior retorno e teria ganho notoriedade.
Agora há desmentidos ridículos. Há ameaças de processos em tribunal a treinadores e jornalistas e o próprio jogador ameaça processar Azevedo de Carvalho.
Se tudo isto não revela o desnorte e um Clube gerido por saloios, o que mais é necessário para compreender este “novo Sporting”.
A Renato desejo muitas felicidades. É somente um que sai do Seixal. Não devemos ter medo da formação do Benfica, devemos ficar felizes com o seu aumentar de qualidade, pois deveria nos obrigar a melhorar também a nossa formação em Alcochete, que nos últimos anos não formou um “Renato”, formou um Ronaldo, um Quaresma, um Simão, um Adrien, João Mário, Cédric, William Carvalho, Hugo Viana, Veloso, Patrício, Nani, entre tantos outros.
Ao Sporting de agora somente peço um pouco mais de inteligência, e espero que com a entrada de Nuno Saraiva para a comunicação essa faculdade se faça e comece a ser uma realidade.
A criação de um perfil no facebook, e os últimos comunicados não fazem adivinhar nada de positivo. E Nuno Saraiva não é um saloio. Esperamos que não se deixe contagiar.