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Muito gostamos de dizer isto. Seja no futebol, seja Futsal, seja onde for.
Até acabamos com uma equipa sénior de basquete feminino que servia de ancora e onde tínhamos algumas responsabilidades assumidas, no pressuposto da focalização da acção da secção da modalidade passar a ser apenas a formação, em crescendo etário até ser possível fazer equipas de seniores para competir, sendo que estas, daqui a dois ou três anos, voltarão a jogar no escalão mais baixo e num contexto competitivo mais desfavorável e porventura frustrante.
Exactamente o mesmo se fez do Rugby. Curiosamente, duas modalidades que vinham de antes de 2013, sendo que qualquer uma delas apresentou resultados que foram festejados por este Conselho Directivo.
Exactamente ao contrário fez-se no Hóquei, passando apenas os seniores para o Clube em 2014, mantendo a formação na secção autónoma, sendo que neste momento, nem se percebe ao certo quem é quem no contexto do hóquei. Agora, contratam-se 3 S17, 6 S15 e 3 S13, fala-se de uma equipa B e continuam-se a contratar jogadores "experientes" de idade avançada para os seniores. Isto não é fazer formação. É tentar comprar o sucesso imediato.
Idem no Ciclismo, que mais não é que uma parceria de sponsoring ou no recém criado Futebol Feminino, que de formação tem zero!
Já no Andebol, depois de uma época transversalmente devastadora, o que se verifica é a contratação de 7 jogadores estrangeiros, de valia inquestionável, mas que dificilmente se enquadrará num paradigma afirmado de formação. Enquanto isso, continuarão as famílias dos atletas da formação a suportar parte assinalável dos custos do seu funcionamento?
No Futsal, problemas regulamentares à parte, enquanto se contratam jogadores de 27, 29 e 33 anos e renovam com jogadores com mais de 30 anos, perdem-se atletas formados (já sei, a culpa é deles, os ingratos) para o rival ou dão-se a uma equipa em ascensão que já nos morde os calcanhares. O último foi Afonso Jesus, que até há pouco era considerado o mais talentoso futsalista na formação, com várias presenças este ano na equipa principal. E se calhar o próximo será o Ludgero Lopes, apenas e só o mais promissor pivot da sua geração (e arrisco, de muitas outras...)
A politica desportiva (?) imposta a partir de cima, obriga ao sucesso imediato. E ao sucesso europeu, numa megalomania donde se quer retirar dividendos imediatos, mas que terá consequencias a prazo. E este sucesso imediato, implica "torrar" dinheiro. Fazer aquilo que há pouco mais de dois anos acusávamos os rivais de fazer, criticando-os. E este "torrar" é substancial. São €6.5M, mais 71% que no orçamento anterior, num documento que prevê um resultado liquido de 1000€ (o do ano passado previa €1.1M) o que só por si demonstra o risco que se corre.
Entendo que os treinadores fiquem entusiasmados com essa possibilidade. Entendo que o Nuno Dias fique encantado com a possibilidade de ser Campeão Europeu, ou que Zupo (que exemplo de meritocracia...) também o fique com a possibilidade de ganhar a Challange e limpar, finalmente, as competições nacionais. Como entendo que eles considerem que dificilmente isso possa acontecer num contexto da presença da formação nas suas equipas. Já não entendo que quem tem obrigação de ver e planear a médio prazo e zelar pela sustentabilidade das modalidades o aceite de bom grado. E afirmo já: Eventuais falhanços desportivos serão muito perto de inaceitáveis e ainda mais difíceis de explicar...nem com factores externos como a acção dos árbitros ou outros.
Não critico, ainda assim, o incremento orçamental. Critico fortemente a maneira como se gasta este dinheiro e o risco que este desperdício (sim, mantendo-se esta linha é isto que eu considero que se está a fazer) poderá acarretar nos orçamentos sequentes e no futuro sustentado (palavra que até há pouco fazia parte intrínseca da narrativa oficial e que aparentemente desapareceu) do Clube e das suas modalidades.