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Ontem, perante 120 sócios, um numero que não preencheria metade do auditório Artur Agostinho (algo que nunca vi em anos de AG's realizadas lá) e em que desses 120, mais de 15% seriam dos órgãos sociais (até 10 seriam do CD, 5 da MAG e 7 do CFeD), e isto sem contar os Conselheiros Leoninos, no meio de algum secretismo, opacidade e muita falta de informação foram apresentados as contas (consolidadas) e o orçamento para a época 2017/2018.
Falta de informação que se mantém hoje, sem que, quer o orçamento (que tradicionalmente era publicado como proposta do CD à AG, aliás, como ainda no ano passado aconteceu) ou as contas (consolidadas) estejam disponíveis para os sócios.
Depois da habitual homilia, a saraivar para todo o lado, dada em directo na TV da coutada ao estilo sul-americano da "Hora do Presidente", quer contas (consolidadas), quer orçamento foram aprovadas quase dogmaticamente em estilo norte-coreano com 99.1% dos votos e sem grande discussão.
No orçamento aprovado, alguns dados ressaltam.
O aumento da quotização para €9M, assim mesmo, número certinho a passar a mensagem de número alvitrado sem grande trabalho de calculo. E nem coloco em causa a execução do mesmo. Felizmente neste âmbito, os orçamentos têm sido executados.
Uma estranha redução dos rendimentos com as inscrições nas modalidades (menos 7.4%), parcela sempre crescente e ancora dos orçamentos do Clube
Um assustador aumento de 401.3% nos ganhos com Bilheteira e bilhetes de época. E é assustador pois é um esforço que recairá totalmente nos sócios e adeptos. Assuma-se 4 modalidades seniores (aquelas onde se cobra bilhética), Andebol, Futsal, Hóquei e o reactivado Voleibol, Admitam-se que cada uma faça 24 jogos em casa, Cobrando um valor de 4€, em linha com o que é habitual aos sócios e valor que não vejo contexto para aumentar, teríamos que ter assistências consistentes de perto de 2.000 pessoas (2/3 do novo Pavilhão), algo que me parece difícil, mesmo nas novas circunstancias. Principalmente quando verificamos assistências regulares que não chegam aos 1.000 (e sim, estou a ser extremamente benévolo)
Mais um estrondoso aumento no valor de honorários (mais 29%) atingindo agora uns surpreendentes €8.389M que significa um aumento de 400% relativamente ao 1º proposto por este CD, aprovado no pressuposto do rigor e sustentabilidade financeira e na certeza que os rivais fariam o mesmo. Aliás. esta proposta é quase 300% acima do ultimo orçamento aprovado pelo anterior CD, que foi apontado como despesista e irrealista pelo então proto-candidato. Ainda assim, mesmo considerando exagerado, não consigo discordar em teoria deste tipo de aposta. Aplicar recursos na vertente desportiva coloca o Clube mais próximo da vitória e por consequência do crescimento. O problema é mesmo a aplicação do dinheiro, sem qualquer planeamento e política desportiva a prazo. O projecto passa apenas e só por ganhar já.
Para isto tudo, já foram preventivamente responsabilizados os sócios pela desgraça que recairá sobre o Clube caso os valores não se cumpram.
Mesmo que no meio, os gastos com pessoal (não, não é o que se paga a jogadores mas o que está essencialmente apontado às estruturas comuns) aumente 55.9% para uns €1.08M de antigamente e os gastos com rendas e alugueres, mesmo com o novo Pavilhão aumentam 146.1% para €541k.
Antes do fim da AG, o presidente do CD declara que "A família precisa de mim", levanta-se e sai.